Política

Lídice não acredita em impeachment de Gilmar Mendes

Publicado em 16/06/2017, às 18h57   Luiz Fernando Lima



Em meio à estratégia para barrar as reformas trabalhista e da previdência enviadas pelo governo Michel Temer ao Senado, a senadora Lídice da Mata (PSB) acredita que o processo de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes deve ser arquivado pelo presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE).

“Pressão até pode existir, mas dificilmente a Mesa incorpore isso. O Senado já está com a crise no colo. Eunício já tem a crise no colo no que se refere a Aécio Neves (suspenso pelo STF). Eu creio que ele vai querer ficar de fora de polêmica. A minha sensação, posso estar enganada, é que vai prosperar pouco no Senado. O cenário está muito tenso. Pelo o que senti é que (Eunício) vai dizer ‘vamos devagar que eu não aguento mais crise’”.

A senadora socialista não nega que irá integrar o coro dos descontentes com o arquivamento, contudo, como não acredita na continuidade do processo, prefere concentrar energia no bloqueio da pauta considera por ela retrograda e nefasta, além da campanha pelas Diretas Já.

“Nós já tínhamos colocado isso (impeachment de Gilmar Mendes) lá atrás quando do impeachment de Dilma e isso não foi adiante. Seria muito necessário termos um novo cenário nas relações entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e era preciso rever a posição de um ministro (Gilmar) que teve posição praticamente de advogado de defesa (no julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE), porém eu acho que é tão difícil de passar que estou focando nas Diretas Já”.

No que se refere às reformas, Lídice acredita que os senadores contrários às matérias conseguiram alguns avanços, no entanto, reconhece que o acordo proposto pelo PMDB e PSDB representa um cheque em branco para um “governo que não tem nenhuma credibilidade”.

“As negociações estão fluindo no Senado quanto às reformas. Vai ter a votação no dia 20 da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais e ainda vai para a Comissão de Constituição e Justiça. A tendência é fixar no Senado acordo sob aquela negociação de envio de Medida Provisória. Eu não acredito em nada e nem acredito que deveríamos dar esse cheque em branco para quem não tem credibilidade”.

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