Política

Delatados dizem que irmãos Batista podem ter omitido provas da Justiça

Publicado em 01/09/2017, às 06h14   Redação BNews



Os alvos da hecatombe provocada pela JBS vão explorar o fato de os delatores estarem apresentando só agora — mais de três meses após o estouro do escândalo — gravações que fizeram antes de firmar o acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), de acordo com a coluna Painel, do jornal Folha. 
A publicação detalha que a interpretação é de que pode haver aí um indício de que os irmãos Batista omitiram provas. O advogado do presidente Michel Temer pedirá acesso aos novos grampos. A defesa da JBS trata o assunto com naturalidade e diz que não há risco de quebra do acordo de colaboração.
Ainda segundo a coluna, em junho, peritos da Polícia Federal (PF) encontraram rastros de arquivos que haviam sido apagados dos gravadores de Joesley Batista. Entre eles, havia registros salvos com nomes similares aos de alvos de investigações.
Entre os itens deletados havia arquivos identificados como “Gabriel Guimarães X R. Saud”, “Roberta X Ricardo”, “Rodrigo R. Louro X Ricardo”. Gabriel Guimarães seria um deputado do PT-MG. Roberta, a irmã de Lúcio Funaro.
Joesley gravou os próprios advogados — teria feito isso por não saber manusear com apuro o gravador. A pergunta, em Brasília, é se nessas conversas mencionou o nome de Marcello Miller, ex-procurador que deixou a PGR para atuar na banca que negociou a leniência da JBS.
Em junho, o advogado de Temer, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, solicitou ao STF acesso a sete gravações apagadas por Joesley. Com a revelação pelo site “O Antagonista” de que mais grampos teriam sido encontrados, decidiu voltar à corte.
“Pela primeira vez na história, vemos que existe enorme material probatório em segredo, fora do processo”, disse Mariz ao jornal.
Os advogados do grupo J&F entregaram nesta quinta-feira, 31, os anexos complementares da delação feita pelos executivos da empresa. Há entre os novos anexos repassados à Procuradoria-Geral da República a explicação de como deve ser feita a leitura de planilha entregue pelo diretor Ricardo Saud, que indica doações da JBS a mais de 1,8 mil políticos.

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