Política

Ministros do STF defendem que a delação da J&F seja cancelada

Publicado em 06/09/2017, às 06h04   Folhapress


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Pelo menos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) defendem o cancelamento imediato da delação premiada da empresa, firmado em maio com o Ministério Público Federal (MPF), de acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha.
Os magistrados acreditam inclusive que não é necessário esperar por uma iniciativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que isso seja feito. Basta que algum magistrado da corte levante a questão.
Um deles diz que, a se confirmar o conteúdo dos áudios, ficaria caracterizado o crime de tentativa de obstrução da Justiça "pois esse é todo o propósito demonstrado nas conversas, quando falam até em destruir o Supremo".
Os executivos da J&F passaram os últimos dois dias apavorados, segundo interlocutores que tiveram contato com alguns deles.
As conversas dos executivos da J&F com José Eduardo Cardozo ocorreram entre março em abril, quando eles já gravavam políticos para entregar ao Ministério Público Federal.
Num dos encontros, diante da insistência dos executivos em perguntar sobre magistrados do STF, o ex-ministro da Justiça disse que, se alguém afirmasse a eles que poderia controlar a corte, estaria vendendo ilusão.
O ex-procurador Marcelo Miller, pivô do escândalo das gravações da J&F, assinou em outubro de 2016, pelo MPF, acordo de leniência entre o órgão e a Embraer.
A empresa era representada pelo escritório Trench Rossi Watanabe, o mesmo que depois acolheu Miller em seus quadros para fazer a leniência da JBS.

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