A permanência do ministro do Turismo Pedro Novais (PMDB) é o assunto que abre a semana política em Brasília. Após os escândalos da Operação Voucher, os 351 milhões investidos à revelia da importância turística dos municípios beneficiados, e a emenda que liberou 1 milhão de reais para a construção de uma ponte em uma cidade sem potencial turístico e através de uma empreiteira, que segundo a reportagem da Folha de São Paulo, é fantasma, ganhou força o pedido para Novais deixe o cargo.
O fogo amigo deixou de ser discreto para ficar em evidência. Diversos parlamentares correligionários do ministro pediram o afastamento sumário dele. O mais provável neste cenário é que Novais não se mantenha no cargo. Até porque seu grande fiador, o líder da bancada peemedebista na Câmara, Henrique Alves, está sobre forte pressão, correndo risco de perder a sua posição privilegiada na legenda.
Novais conta com o apoio do presidente do Congresso Nacional José Sarney. O ex-presidente tem, segundo fontes do Bocão News, tem agido nos bastidores para mantê-lo no ministério, no entanto, ainda segundo um peemedebista, também não deve manter o apoio se as denúncias continuarem.
Outro deputado do partido confirmou à reportagem do Bocão News que a situação de Novais está prejudicando de mais a legenda. A situação, diz, é insustentável. A expectativa é de que até o final desta semana o ministro peça demissão. Algo que abriria caminho para outro peemedebista assumir o ministério estratégico.
Se confirmado, Novais será o quinto ministro a deixar o governo Dilma Rousseff após pouco menos de nove meses de mandato. Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Nelson Jobim (Defesa).
Cidades
Na última semana, denúncias sobre o suposto pagamento de propina em troca de apoio envolvendo o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP) também eclodiram no Planalto Central. Até o momento, o discurso do pepista da Bahia é de não houve nenhum ato ilícito na pasta.
As informações divulgadas dão conta de que Negromonte teria convocado deputados próximos a ele para costurar apoio dentro da base do próprio partido. De acordo com a matéria, uma mensalidade de R$ 30 mil teria sido oferecida a quem aderisse à causa. O ministro, obviamente, nega.
Fato é que a semana em Brasília promete ser conturbada e novas mudanças não estão descartadas.
Foto: Valter Campanato/ABr