Política

Com expectativa de nova denúncia, Temer critica abuso de autoridade

Agência Brasil
Em evento de assinatura para construção de uma ponte, o peemedebista se esquivou dos veículos de imprensa e ignorou as perguntas dos jornalistas  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 14/09/2017, às 13h31   Folhapress



Com a expectativa de ser apresentada uma nova denúncia contra ele, o presidente Michel Temer defendeu nesta quinta-feira (14) que o abuso de autoridade deve ser evitado no país. 

Em evento de assinatura para construção de uma ponte, o peemedebista se esquivou dos veículos de imprensa e ignorou as perguntas dos jornalistas. 

No discurso, ele afirmou que a única autoridade existente no país é a Constituição Federal e disse que o abuso por parte de representantes do poder público não pode ocorrer. 

"Quando alguém ultrapassa o limite da lei, daí é que há violação da autoridade, uma coisa que devemos evitar no Brasil", disse. 

A defesa do peemedebista tentou suspender a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em casos relacionados ao presidente sob a acusação de ele atuar de maneira parcial. 

O STF (Supremo Tribunal Federal), no entanto, indeferiu o pedido. 
O chefe do Ministério Público Federal finalizou nova denúncia contra o presidente, desta vez por obstrução judicial e organização criminosa, e deve apresentá-la até sexta-feira (15). 

ERRO  — No evento, o ministro Maurício Quintella (Transportes) cometeu um erro. Ao fazer elogios ao presidente, disse que ele reduziu dez ministérios em relação à gestão de Dilma Rousseff. 

Atualmente, no entanto, há 28 pastas, apenas quatro a menos em comparação com o final do governo da petista. 

O presidente participou nesta quinta-feira (14) da assinatura de ordem de serviço para a construção de uma ponte que ligará o Tocantins ao Pará. 

A estrutura cruzará o Rio Araguaia e terá investimento de R$ 132 milhões do governo federal. 

Desde que o peemedebista assumiu o Palácio do Planalto, em maio do ano passado, foi a primeira vez que ele cumpriu agenda oficial na Região Norte, que deu vantagem a candidatos petistas nas ultimas eleições presidenciais. 

Diferentemente de seus antecessores, o presidente tem feito poucas viagens pelo país. O risco de protestos é uma das causas apontadas por assessores presidenciais. A última pesquisa Datafolha apontou que apenas 7% aprovam a sua administração. 

A promessa de construção de uma ponte de ligação entre o Tocantins e o Pará, com 1,7 quilômetro, é de 2009, mas a ideia de fazê-la é anterior. Por falta de recursos federais e por denúncia de irregularidade, contudo, a ponte não saiu do papel. 

Em 2009, o TCU (Tribunal de Contas da União) pediu a anulação do processo licitatório por suspeitas de sobrepreços. Hoje, o trajeto entre Xambioá (TO) e São Geraldo (PA) é feito apenas de balsa. 

"Ninguém acreditava que essa ponte fosse feita. Desde que eu me lembro por gente, havia o sonho de que houvesse a ponte", disse o ministro Dyogo Oliveira (Planejamento), nascido em Tocantins. 

Em resposta, o presidente fez uma piada: "Se desde criança ele imagina essa ponte, então deve ser mais de 60 anos", afirmou.

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