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J&F: PF acha e-mail sobre compra de R$ 50 milhões em ações

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Na mensagem, principal acionista da J&F afirma que ordem veio de Wesley Batista, preso na quarta  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 15/09/2017, às 06h40   Redação BNews


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A Polícia Federal recuperou um e-mail que confirma ter sido de Wesley Batista, principal acionista do Grupo J&F, a ordem para comprar R$ 50 milhões de ações da JBS no mercado. 


A mensagem foi enviada por Felipe Bianchi às 15h54 do dia 24 de abril, quando, de acordo com relatório da Comissão de Valores Mobiliários, a JBS comprou ações da FB Participações. 


“Concomitantemente, a controladora FB Participações S/A atua em sentido contrário: vendendo parte das ações que detinha da JBS S/A nos mesmos dias de compra de ações por sua controlada, a saber, 24, 25,26 e 27.04 e 17.05”. 


A Procuradoria da República sustenta que, ‘o e-mail do dia 24 de abril de 2017 deixa claro que foi Wesley Batista quem determinou a compra do equivalente a R$ 50 milhões de ações da JBS no mercado’.


Segundo o Ministério Público Federal, ‘os irmãos Batista, com estas operações, em pouco tempo conseguiram “pagar” mais do que tinham se comprometido a pagar para a Justiça com o seu acordo’. “Conforme é notório, Joesley se comprometeu a pagar R$ 110 milhões em 10 anos”.


As duas empresas são controladas pelos irmãos Batista. As transações são alvo da Operação Tendão de Aquiles, que mira a delação da JBS. Também é investigada a aquisição de contratos futuros de dólar pela JBS.


Sobre o fato, a JBS informou ao jornal que o termo “ordem de compra” refere-se a um jargão técnico habitualmente utilizado no mercado financeiro. É errado, portanto, concluir que ordem de compra de ações esteja relacionada a uma ação mandatória. Cabe esclarecer ainda que a solicitação da área jurídica ocorreu em 24/04 em função da Assembleia Geral de Acionistas, agendada para 28/04, em que se fazia necessária a posição exata de ações em circulação no mercado e em tesouraria da Companhia para fins de cálculo de distribuição de dividendos.”


Já Pierpaolo Bottini, que defende os irmãos Batista, disse ao jornal que é “injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça”.

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