Política

Oposição busca assinatura para instalar CPI da travessia Mar Grande – Salvador

Vagner Souza / BNews
Estratégia tende a não se concretizar  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza / BNews

Publicado em 13/10/2017, às 10h34   Luiz Fernando Lima


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O Grupo de Trabalho estruturado na Assembleia Legislativa da Bahia para discutir os problemas dos sistemas de transportes náuticos, sobretudo a travesse Mar Grade – Salvador, não obteve nas primeiras reuniões êxito naquilo que se propunha. 

Para piorar um princípio de incêndio em uma das embarcações fez com que deputados da oposição optassem pela tentativa de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) quando os governistas, capitaneados pela deputada Fabíola Mansur (PSB), buscavam outro expediente para aperfeiçoar o sistema após a tragédia que vitimou 19 pessoas no dia 24 de agosto.

Hildécio Meireles (PMDB), deputado que foi prefeito de Cairu, integra o GT e foi um dos que se propuseram a conseguir as 21 assinaturas necessárias para abertura da CPI. De acordo com o peemedebista, a decisão deu (de instalação da CPI) se após se chegar ao consenso que, ‘infelizmente’, o Grupo de Trabalho não daria o resultado que a sociedade conclama e que os usuários não podem pagar esse preço. O sistema ferry-boat também será alvo do colegiado, conforme destacou o parlamentar. 

“Afinal, mesmo após termos uma tragédia com 19 mortos tudo continuou inalterado e, por pouco, dias depois um novo acidente não aconteceu com o princípio de incêndio na embarcação Costa do Sol 2, o que somente reforça a necessidade de investimentos no setor e de um olhar mais atento por parte das autoridades baianas para o setor. Por isso, vamos recolher assinaturas, de forma a tirar a CPI o quanto antes do papel”.

O problema agora é saber se os 21 deputados que compõem a oposição vão assinar o requerimento de abertura de CPI a um ano da eleição. A última tentativa de abertura para investigar eventuais irregularidade relacionadas a Cerb não se concretizou. Faltou uma assinatura que poderia ter sido a do deputado Samuel Júnior (PSC) que integra a bancada de oposição, mas não topou dar o aval para o prosseguimento.

No que se refere às travessias, o silêncio do governo estadual preocupa até os deputados da base. Outro fator intrigante neste contexto, apontado por diversos parlamentares que apoiam o governador Rui Costa, é a força política do intocável Eduardo Pessoa da Agerba, o diretor-presidente da agência de regulação não recebeu nem um tradicional “puxão de orelha” depois da tragédia, tampouco diante de diversas queixas a respeito da falta de uma fiscalização mais pujante em relação ao transporte intermunicipal. 

Eduardo Pessoa é uma indicação do PSD que é presidido na Bahia pelo senador Otto Alencar. Os deputados não externam publicamente a insatisfação com o diretor, mas deixam claro em conversas na antessala do plenário da Alba, chamada de cafezinho, que há algo de estranho na manutenção, sem fissuras, de Pessoa na Agerba.

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