Política
Publicado em 30/10/2017, às 15h47 Victor Pinto
Apesar de ter se salvado, o presidente Michel Temer (PMDB) não tem terreno favorável no Congresso Nacional. Apesar de ter conseguido 251 votos favoráveis pelo arquivamento da denúncia e a garantia da sobre vida na presidência, deputado baianos ouvidos pelo BNews acreditam que o peemedebista terá dificuldades de relação com a Câmara até o fim do mandato.
O deputado José Carlos Aleluia (DEM), que votou a favor de Temer na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) e no Plenário, reconhece a situação. Questionado como está o clima após a votação, o presidente do DEM da Bahia foi taxativo: “um pós-terremoto”.
“O governo federal não está em sintonia com a população e nem com o Congresso e isso tem que mudar. Não só de ajustes se faz um governo. É necessário ter criatividade para conseguir melhorar essa relação”, disse.
Alice Portugal (PCdoB) afirmou que a base de Temer ficou perplexa com o resultado da votação. “Temer está com sua vida política comprometida. Eles vão tentar construir votações com muita dificuldade, pois a salvação de Temer não foi vitória, foi uma derrota como a votação que teve”.
O problema, para o deputado federal Félix Mendonça (PDT), é o pagamento da fatura. O pedetista acredita que a tropa de choque do presidente não terá condição de bancar mais as apreciações que precisa. “A votação da denúncia foi apertada. Chegou a hora de pagar a conta. Vai ser cada votação um aperto. Creio que vai acontecer por agora a onda dos boicotes”, afirmou.
O deputado Zé Nunes (PSD) chamou de tenso o clima na casa baixa. “O presidente Temer terá muitas dificuldades para aprovar a reforma da previdência, mesmo com toda flexibilização do projeto inicial. A opinião pública é totalmente contra o arquivamento das investigações, bem como a aprovação dessas medidas que acabam com os direitos adquiridos, e os deputados que votaram com o Temer assumiram essa responsabilidade”, analisou.
Irmão Lázaro (PSC) também corrobora da tese de dificuldade de Temer no Legislativo, apesar do social cristão acreditar que ainda há força no presidente. O problema, para o político, é reflexo na imagem dos Congressistas.
“Mas o que será analisado a partir de agora será o reflexo das próximas votações na imagem dos deputados que são candidatos à reeleição. Apesar da força do presidente, uma agenda negativa poderia prejudicar muitos deputados candidatos à reeleição”.
O presidente quer afinar o discurso de trabalho com Rodrigo Maia (DEM), primeira na linha sucessória. A equipe de Temer ainda tentará aprovar a Reforma Previdenciária. A tática, agora, será fatiar as ações previstas em diversos projetos e não mais em um pacote só como pretendia fazer.
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