Política

Comissão de Agricultura da Alba repudia invasão de fazenda em Correntina

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Manifestantes destruíram uma das maiores fazendas da região   |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 07/11/2017, às 17h46   Luiz Fernando e Tamirys Machado



A Comissão de Agricultura na Assembleia Legislativa da Bahia discutiu nesta terça-feira (7) a situação na qual se encontra o município de Correntina, no Oeste baiano, que teve uma fazenda invadida por um grupo sem identificação, gerando um prejuízo de quase 60 milhões. O grupo argumenta que a irrigação feita nas fazendas causa falta de água e queda de energia na região. Produtores da região apontam que os manifestantes destruíram cerca de 20 pivôs, queimaram 11 tratores, duas máquinas colheitadeiras, três caminhões, uma pá carregadeira, uma retroescavadeira e uma patrol.


O deputado Eduardo Sales (PP), um dos representantes da região na Alba, afirmou que a Comissão repudiou o fato e presta solidariedade aos proprietários da fazenda Rio Claro, pertencente à empresa Lavoura e Pecuária Igarashi. “Sem dúvida alguma um ato de vandalismo e terrorismo, um ato sem precedente na história. Em minha vida dedicada a agricultura nunca ouvi falar em algo semelhante. 


Todos que se pronunciaram [na Comissão] colocaram seu apoio à empresa. Segundo ele, a Igarashi gera 5mil empregos na Bahia e “a cada dez batatas, seis vêm dessa empresa”. “Ela tem todas as outorgas, as licenças ambientais, certificações nacionais e internacionais de sustentabilidade. Não vamos permitir que a Bahia se coloque em um cenário de instabilidade jurídica, de investimento”, pontuou, explicando que a empresa fornece alimento. 


Os proprietários da empresa prestaram queixa do ocorrido à Polícia Civil de Correntina, município de 33 mil habitantes, a 914 km de Salvador. A fazenda foi praticamente destruída. Os manifestantes que residem ao longo do Rio Arrojado, nos povoados de Praia, Arrogeando, São Manoel, entre outros, entraram no local para protestar contra os prejuízos que suas propriedades estariam tendo com a captação de água para o sistema de irrigação da empresa. A maioria está a aproximadamente 40 quilômetros da nascente do rio.


O parlamentar destacou ainda que não se trata de uma ação de movimentos sociais e o governador Rui Costa busca saber quem está por trás disso. “ Não são movimentos sociais, foi um bando de pessoas. Ninguém assumiu a autoria. O governador quer saber quem está por trás dessa articulação, se são políticos, se são entidades internacionais e punir essas pessoas”. 


Eduardo Sales descartou, no entanto, a possibilidade de a ação ocorrida em Correntina ter relação com a onda de invasões que aconteceram recentemente em Itapetinga. Na ocasião, houve a  invasão de quatro fazendas no município de Itapetinga, no centro-sul baiano. Todas foram atribuídas aos índios. “Não creio. São problemas distintos. Em Itapetinga a gente tinha uma ação de pseud. índios que estavam causando um terror nas fazendas. [Em Correntina] parecia uma guerra, só não aconteceu algo pior graças a polícia do serrado que estava lá. Vamos fazer uma nota de repúdio ao fato e de solidariedade  a empresa e toda a agropecuária que está sensibilizada com isso”.    

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