Política

Imbassahy não descarta saída do PSDB

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Embora não tenha feito nenhum gesto nesse sentido, ministro afirma que especulações são razoáveis  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 14/11/2017, às 18h21   Luiz Fernando Lima


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A saída do ministro da secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, do PSDB, ganhou força nesta semana após o ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo, também do PSDB, pedir demissão na segunda-feira (13). A divisão na cúpula nacional dos tucanos criou fissuras que tendem a tirar os representantes indicados pela legenda de todas as funções administrativas do governo Michel Temer (PMDB).

O presidente convocou Imbassahy e o ex-senador José Anibal para uma reunião na tarde desta terça-feira (14). O peemedebista enviou nota à imprensa na segunda afirmando que fará a reforma ministerial até dezembro. A ideia, antes da saída de Bruno Araújo, era iniciar o processo de substituições em dezembro levando até março de 2018, prazo para desincompatibilização daqueles que serão candidatos.

Pouco antes da reunião com o presidente, Imbassahy conversou com a reportagem do BNews e afirmou que as especulações sobre a sua saída da sigla tucana são razoáveis enquanto especulações.

“Eu não tenho nenhuma iniciativa nesta direção (de saída). Isso é mais análise de circunstância, conjuntura e um pouco de especulação. Como é sabido que eu tenho uma relação muito forte com o presidente e o presidente é PMDB e ao mesmo tempo se examina que o PSDB dá sinais de que pode se afastar do governo, há lógica na especulação, com alguma razoabilidade, mas a rigor eu não fiz nenhum movimento”, minimizou.

Embora negue, as informações que circulam nos bastidores políticos de Brasília dão conta de peemedebistas de grande influência nacionalmente convidaram o ministro para ingressar nas fileiras do partido. Na Bahia, o assunto não foi tratado oficialmente pela direção partidária que tem o deputado estadual Pedro Tavares na condução e os irmãos Vieira Lima, que ainda exercem grande influência no partido.

Questionado sore a pressão do “centrão”, composto por partidos como PP, PR, PRB, PSD, SD, PSC, Pros  e Avante, para sua saída, Imbassahy acredita que a reforma deve arrefecer um pouco o ímpeto deste momento.

“O prazo para sair está próximo. Faltam dois meses ou um pouco mais para desincompatibilizar. Falta pouco tempo. É mais que razoável esperar. O presidente sabe o quanto trabalhei para votar todas as matérias e votamos todas elas”.
Para além, o “centrão” deve ser contemplado na reforma ministerial. A pasta das Cidades, um dos maiores orçamentos da União, deve ser comandada por um representante do PP que tem uma das bancadas mais insatisfeitas com Imbassahy.

Fico – A saída de Imbassahy também está ligada a pelo menos dois fatores distintos. O primeiro diz respeito à política local. Por aqui, no diretório estadual do PSDB o também deputado federal Jutahy Magalhães Jr. já anunciou que quer disputar o Senado na chapa a ser encabeçada pelo prefeito de Salvador ACM Neto (DEM).

Imbassahy, para pleitear uma das vagas sem causar “traumas” na base aliada na Bahia, teria que ter um novo abrigo partidário. Neste campo político aparecem legendas como PTB, Solidariedade, PPS, PV e PMDB. Sendo o último aquele que representa mais vantagens devido ao tempo de televisão no horário político e fundo eleitoral.

Contudo, o ex-prefeito de Salvador afirma que este “planejamento” ainda não está no seu horizonte. “Eu acho que a primeira coisa é o prefeito ACM Neto se manifestar (se vai ser candidato). Tudo está fazendo crer que ele será candidato, mas ainda não chegou o momento. Quando ele se manifestar no sentido de que é candidato, evidentemente, ele passa a comandar a organização da chapa e acho que deve ter a liberdade total de seus parceiros para organizar uma chapa como deseja e que seja competitiva, além de colaborar para a vitória eleitoral”.

O tucano concluiu esta resposta afirmando que “não estou pensando nisso, sinceramente”.

Prejuízos – Em diversos eventos públicos realizados por aliados do presidente Michel Temer, as manifestações contrárias têm acontecido. Vaias e faixas contrárias as principais reformas não são raras nestas ocasiões, contudo, Imbassahy acredita que o povo “não é alienado” e vai ver no decorrer dos próximos meses que o país melhorou.

Instado a comentar o receio de alguns governistas de perder votos em função das insatisfações, Imbassahy afirmou: eu acho que as pessoas vão perceber. A economia está dando passos largos de recuperação. No ano que vem o desemprego cairá para 8.5 milhões (chegou a mais de 14 milhões de desempregados), as pessoas vão perceber que minha atuação foi uma ação de estabilizar a política para permitir o avanço da economia, recuperar os empregos. As pessoas vão ver que este trabalho todo que fiz contribuiu para o retorno do emprego. Estou, portanto, muito tranquilo.

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