O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, vetou, nesta quarta-feira (31), o projeto de lei que sugeria a criação do Dia do Orgulho Heterossexual. Em trechos do texto de cinco páginas, Kassab aponta a inconstitucionalidade e a ilegalidade do projeto de lei e frisa que a matéria é contrária ao interesse público.
Para o vereador Carlos Apolinário (DEM), autor do projeto de lei, o veto do prefeito foi "um tratado a favor dos gays", a qual ele considerou um excesso e propaganda a homossexualidade.
- Não foi um veto simples. Para poder vetar uma data, foram feitas cinco páginas. Nunca vi isso. Cinco páginas em que é realizada toda uma defesa não só do gay, mas do homossexualismo (sic), dos programas de governo a favor dos gays. É um veto que gera uma propaganda de tudo aquilo que combato, que são os privilégios para os homossexuais. O prefeito poderia vetar a data, dizendo que não é importante, que pode gerar algum ato de homofobia. Só isso. Mas ele fez um tratado a favor do gays - critica, durante entrevista ao Terra Magazine.
Apolonário confronta ainda afirmando que o dia do hétero seria dedicado "à propaganda da moral e dos bons costumes" e admite o desconforto de ver casais do mesmo sexo se beijando.
De acordo ainda com Terra Magazine, a confirmação do veto ao Dia do Orgulho Heterossexual foi comemorada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Em nota, a entidade congratulou Kassab pela iniciativa e destacou que o veto "desmascarava a verdadeira intenção do projeto".
- Apraz-nos que, com o veto, tenham prevalecido os preceitos constitucionais e os valores estabelecidos na Lei Orgânica da Cidade de São Paulo, no que diz respeito à dignidade humana, à não discriminação e à justiça social, entre outros.