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Em inquérito de Temer, PF investiga e-mail sobre negócios da Rodrimar encontrado na casa de Rocha Loures

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Publicado em 23/01/2018, às 12h29   Redação BNews



Um relatório parcial da Polícia Federal incluído no inquérito que investiga a atuação do presidente Michel Temer na edição de um decreto sobre o setor portuário inclui um e-mail da empresa Rodrimar apreendido durante a operação de busca em 2017 na casa de Rodrigo Rocha Loures, o ex-assessor do Planalto que ficou conhecido como "homem da mala da JBS".

A Polícia Federal quer saber por qual motivo Rocha Loures guardava uma troca de email entre o presidente da empresa, Celso Antonio Greco, e um advogado da Galotti Advogados, Fabio Fernandes. A mensagem é de outubro de 2016, quando Rocha Loures exercia o cargo de assessor especial de Temer na Presidência da República.

A GloboNews teve acesso ao inquérito. A investigação está em fase final e será analisada pelo Supremo Tribunal Federal.

O inquérito sobre o decreto tem como alvos Temer, Rocha Loures, além de Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, executivos da Rodrimar, empresa concessionária no porto de Santos. A polícia investiga se Temer recebeu algo em troca da edição do decreto que teria beneficiado a Rodrimar. Rocha Loures é apontado como interlocutor de Temer junto ao setor portuário e teria recebido propina para favorecer a empresa no decreto, assinado pelo presidente em 10 de maio de 2017.

Na troca de e-mail anexada ao inquérito, a Polícia Federal afirma que o "assunto tratado refere-se a um pedido de adiantamento do referido escritório, possivelmente de valores, bem como as providências relativas ao recibo e emissão de nota fiscal respectiva. Não consta menção ao que se referia a antecipação de pagamento". A PF afirma que não "foi possível, com base apenas na troca de e-mail especificada, precisar o por que do referido documento se encontrar na residência de Rodrigo Rocha Loures".

Para a PF, também não é possível dizer se houve, de fato, serviços prestados pelo escritório.

Procurado pela Globonews para explicar o e-mail apreendido em sua residência, Rocha Loures disse, por meio de seu advogado Cezar Bittencourt, que não se lembra do documento. A Rodrimar disse que não vai comentar.

O advogado Fabio Fernandes, da Galotti Advogados, ainda não retornou aos contatos da reportagem.

No depoimento neste inquérito, Rocha Loures admitiu ter recebido parecer jurídico com "apontamentos" do setor portuário à minuta do decreto que, segundo as investigações, beneficiou a empresa Rodrimar. Segundo ele, o documento foi elaborado por um escritório de advocacia e entregue em reunião com representantes do setor portuário, entre eles, Ricardo Mesquita.

Ele, porém, negou ter recebido dinheiro da empresa para atuar pelo decreto, e que “não agiu a pedido ou intermediando qualquer tratativa” de Temer nesta área.

Temer, em resposta ao interrogatório da PF também no inquérito, disse que nunca autorizou Rocha Loures a receber vantagens em seu nome.

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