Política

Barroso intima diretor da PF por declarações sobre inquérito de Temer

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Ministro quer confirmar as declarações de que a tendência é arquivar a investigação  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 11/02/2018, às 07h25   Folhapress


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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso intimou o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, a confirmar as declarações de que a tendência é arquivar a investigação sobre o presidente Michel Temer. 

Em despacho, o ministro, que é relator do inquérito no Supremo, disse ter considerado "manifestamente imprópria" a fala de Segovia, afirmando que ela pode, em tese, "caracterizar infração administrativa e até mesmo penal". 

Barroso determinou também a Segovia que se abstenha de novas manifestações a respeito.

Barroso faz considerações no documento claramente críticas à entrevista do diretor da PF, publicada pela Reuters na noite desta sexta-feira (9).

O ministro ressaltou que o inquérito ainda tem várias diligências a serem realizadas, não recebeu relatório final do delegado responsável, Cleyber Malta, do Ministério Público, nem dele próprio -"razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos".

Barroso determina ainda que o Ministério Público seja informado do ocorrido para que "tome as providências que entender cabíveis".

Na entrevista à Reuters, Segovia disse que não há provas de crime contra o presidente da República no inquérito que trata de um decreto para a área portuária. Disse ainda que, se a Presidência da República acionar formalmente a PF a propósito do tom de perguntas feitas por escrito a Temer pelo delegado que preside o inquérito, poderá ser aberto um procedimento administrativo disciplinar contra ele.

Para a equipe do presidente Michel Temer, Segovia errou ao ter se antecipado e criou uma animosidade desnecessária dentro da Polícia Federal, sobretudo com o delegado responsável pela investigação.

A avaliação no Palácio do Planalto é de que o chefe do órgão acabou atrapalhando a condução do inquérito e que o episódio afeta a sua imagem pública, mas não tem força suficiente para derrubá-lo do cargo neste momento.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) informou que só se manifestará nos autos.

Segovia chegou à diretoria-geral da PF tendo entre seus desafetos justamente Cleyber Malta, com quem teve um desentendimento no passado.

Em nota, a PF afirmou que Segovia "responderá diretamente ao ministro Luís Barroso na quarta-feira [14]."

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