Política

Em prisão domiciliar, Marcelo Odebrecht passa o dia em busca de provas que amenizem sua pena

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Empreiteiro costuma passar cerca de 12 horas trancafiado no escritório, onde esmiúça no laptop mais de 400 mil e-mails  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 02/03/2018, às 10h12   Redação BNews



Reportagem de capa da Época que chega às bancas nesta sexta-feira (2) mostra a rotina de Marcelo Odebrecht na prisão domiciliar, medida que ele cumpre desde 19 de dezembro.

Segundo a publicação, o empreiteiro de 49 anos costuma passar cerca de 12 horas trancafiado no próprio escritório, onde esmiúça no laptop os mais de 400 mil e-mails que estavam na sua caixa de mensagens desde 2002. 

Antes de se debruçar sobre uma escrivaninha de madeira, porém, Marcelo Odebrecht já malhou por uma hora, tomou café da manhã apropriado para seu metabolismo hipoglicêmico (castanhas, produtos orgânicos e sem lactose) e vestiu camisa e jeans. 

Se alguém o visita, o empreiteiro opta por um traje social. Mas está sempre com uma roupa a lhe cobrir as canelas por não querer que o vejam de tornozeleira eletrônica. Passado o desjejum, ele desaparece.

"Seu computador fora apreendido pela Polícia Federal no dia de sua prisão, em junho de 2015, mas em novembro os arquivos foram finalmente devolvidos. De lá para cá, ele passa horas debruçado sobre as velhas mensagens, revivendo trivialidades — como os arranjos para um jantar com a família — e momentos mais, digamos, intensos — como quando combinava por escrito pagamento de propinas a parlamentares e ministros", descreve Época.

De acordo com a revista, Marcelo Odebrecht se vê como vítima de uma injustiça, respondendo desamparado pela corrupção na empreiteira que comandava, embora haja outros 76 delatores que admitiram participação na máquina de crimes da Odebrecht. Daí a obsessão pela busca de provas.

Pelo acordo de delação premiada que fechou, o executivo tem a obrigação de cumprir dois anos e meio de prisão domiciliar, com permissão para sair de casa apenas em dois períodos de 24 horas. Se conseguir comprovar o que disse à Justiça com novas evidências — e dividir a culpa com outros envolvidos —, pode reduzir a pena para um ano e três meses. Ele só pensa em uma coisa: ser exonerado do cargo simbólico de corruptor em chefe do Brasil.

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