Política

'Bandos de extrema-direita ameaçam democracia', diz PSOL sobre declarações de general

Marcos Oliveira/Agência Senado
Em nota de repúdio, sigla disse que fala de Eduardo Villas Bôas tiveram ‘tom inaceitável   |   Bnews - Divulgação Marcos Oliveira/Agência Senado

Publicado em 04/04/2018, às 10h16   Redação BNews



O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) divulgou nota rechaçando as declarações do general Eduardo Villas Bôas, que em rede social afirmou repudiar "a impunidade". Sem detalhar o que pretendeu dizer com a expressão, ele também escreveu que o Exército está "atento às suas missões institucionais.

As postagens de Villas Bôas foram publicadas nesta terça-feira (3), véspera do julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", disse o general em seu Twitter. 

Para a sigla socialista, “as declarações de Villas Bôas” tiveram “tom inaceitável”.

Leia abaixo a íntegra da nota do PSOL:

O PSOL repudia com veemência as declarações do general Vilas Boas, proferidas às vésperas do julgamento do STF. Em tom inaceitável, o comandante das Forças Armadas sugere veladamente que o Exército poderia agir a depender do resultado do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula. Dessa forma, o General age como 'indutor' da violência entre os brasileiros, incentivando os mais desequilibrados a se insurgir contra a Constituição brasileira.

Nesta terça-feira (3), o general da reserva Luís Gonzaga Schroeder Lessa já havia incentivado a violência entre os brasileiros. Na semana passada, o ex-oficial afirmou que “Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia.” Disse ainda que essa crise 'vai ser resolvida a bala'.

O Brasil está sobressaltado com o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, que desfaz a ideia de que a intervenção militar no Rio de Janeiro teria vindo para solucionar a violência. Soma-se a isso os atentados a bala contra a comitiva de Lula, no Sul do país. O quadro é de uma escalada de violência política inédita desde a redemocratização. A declarações do General Villas-Boas só agravam esse cenário.

Bandos de extrema-direita – incentivados por figuras do mundo político e agora das Forças Armadas – ameaçam as liberdades democráticas. O Brasil só vencerá a profunda crise em que se encontra com mais democracia e coibindo ameaças intolerantes e desequilibradas como as aqui mencionadas.

Não abriremos mão dos direitos democráticos e da necessidade premente da união de todos os setores progressistas e democráticos em uma frente contra a violência, o fascismo e a escalada autoritária.

Executiva Nacional do PSOL
3 de abril de 2018"

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