Política

‘Sem Lula, esquerda não tem candidato’, diz historiador

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Para o pesquisador José Murilo de Carvalho, o PT terá que se aproximar do centro se quiser ser competitivo em 2018  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 08/04/2018, às 14h00   Redação BNews


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O pesquisador José Murilo de Carvalho, disse em entrevista que o PT terá que se aproximar do centro se quiser ser competitivo em 2018, mas argumenta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai influenciar o processo eleitoral.

"(Eurico Gaspar) Dutra, depois de depor (Getúlio) Vargas em 1945, embora fosse um “poste” eleitoral, ganhou as eleições em função do anúncio do endosso de Vargas: “Ele disse!”. O PT não tem candidato viável sem Lula, mas o apoio dele a outro candidato pode fazer diferença. Há uma diferença entre o PT de hoje e o PTB de Vargas. O último sobreviveu e cresceu mesmo sem o carisma do chefe. O PT ainda depende demais do carisma de Lula", disse ao jornal O Estado de São Paulo. 

Na oportunidade, ele detalhou também que as pressões sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram peso na decisão dos ministros de liberar a prisão de Lula. “Refiro-me, sobretudo, à declaração do comandante do Exército feita na véspera. Nenhuma corte está isenta de pressões externas, por mais que alguns juízes queiram acreditar nisso”.

Ele também acredita que a crise política chegou ao STF. “Até pouco tempo, o STF era o poder da República menos atingido pela descrença dos cidadãos. Não é mais. Suas hesitações e contradições, os conflitos e bate-bocas entre ministros, a loquacidade de seus membros fora dos autos, tudo isso tem contribuído para o desgaste da instituição. Muito ruim para a saúde da República”.

O historiador também analisa a manifestação do comandante do Exército. “A declaração foi infeliz e intempestiva. A Constituição diz que as Forças Armadas se destinam à defesa da pátria e à garantia dos poderes constitucionais. A intervenção no Rio para garantia da lei e da ordem, ordenada pelo Executivo, foi perfeitamente constitucional. A declaração do comandante, sem que houvesse ameaça aos poderes constitucionais, foi política e inadequada”.

A crise política chegou ao STF?

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