Política

Bancada da oposição perde um deputado; DEM cresce e é o segundo partido na ALBA

Edson Ruiz // BNews
MDB perde toda representatividade na Casa  |   Bnews - Divulgação Edson Ruiz // BNews

Publicado em 09/04/2018, às 20h29   Luiz Fernando Lima


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As oposições ao governador Rui Costa (PT) ainda não alinharam os discursos após a desistência do líder, prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), em disputar a eleição de outubro contra o petista. O grupo tem dois pré-candidatos ao governo: José Ronaldo (DEM) e João Gualberto (PSDB).

O anúncio da defecção do presidente nacional do DEM um dia antes do fechamento da janela partidária (7 de abril), no entanto, não provocou grande alteração no projeto planejado para a composição no Legislativo, embora tenha perdido um deputado da bancada de oposição.

A base governista de Rui Costa (PT) ficou com 43 deputados e a oposição, sem Samuel Júnior, atualmente conta com 20 cadeiras no Legislativo estadual.

Por outro lado, o Democratas foi o partido que mais recebeu novos deputados estaduais durante a janela de migração partidária.

Foram quatro novos parlamentares que ingressaram na legenda, que agora tem a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa, com dez representantes.

Interessante é que antes desta janela o DEM já havia atraído Alan Sanches para a fileira. O ex-presidente da Câmara de Salvador foi eleito pelo PSD. Por outro lado, havia perdido Targino Machado que estava no PPS, mas voltou para o partido pelo qual foi eleito.

A legenda do prefeito de Salvador fica atrás do PT em número de parlamentares. O partido do governador Rui Costa elegeu, em 2014, 11 deputados. Atualmente, tem 12. Bira Coroa assumiu o mandato definitivamente em 2017 quando Robério Oliveira renunciou para gerir a prefeitura de Eunápolis. 

Robério foi eleito pelo PSD, mas estava na mesma coligação petista. Outro pessedista eleito prefeito foi Rogério Andrade em Santo Antônio de Jesus, no seu lugar entrou a vice-prefeita de Lauro de Freitas, Mirela, também do PSD. 

O partido presidido pelo senador Otto Alencar tem, após o fechamento da janela migratória, nove deputados. Elegeu oito em 2014, perdeu Alan Sanches que foi para o DEM em 2015, ganhou Alex da Piatã que veio do PMDB no mesmo período, depois elegeu dois prefeitos, sendo que um deles foi substituído por uma correligionária e na janela recebeu outros dois deputados. 

Manasses e Alan Castro se filiaram ao partido neste mês de abril. Para o restante da atual legislatura o partido ficou com a terceira maior bancada, tendo nove deputados entre os 63 do Palácio Luís Eduardo Magalhães. O presidente da Casa, Angelo Coronel, é do PSD.

Ainda na base de sustentação do governo Rui Costa, o PP recebeu dois novos parlamentares. Alex Lima e Nelson Leal, ex-Podemos e ex-PSL, respectivamente, ingressaram na legenda presidida pelo vice-governador João Leão. Ambos já estavam na base. Os pepistas são sete e ocupam a quarta posição em número de deputados na Assembleia.

O PDT recebeu o único deputado que mudou de “lado”. Samuel Júnior saiu do PSC para integrar a base governista definitivamente nesta janela. Ligado à Igreja Assembleia de Deus, o deputado assumiu a cadeira após a saída de Bruno Reis e Vando, PMDB e PSC, respectivamente. Heber Santana também subiu com a renúncia dos titulares.

O partido presidido pelo deputado federal Félix Mendonça na Bahia também passou por mudanças desde a última eleição. A começar pela saída de três dos cinco eleitos em 2014. Apenas Roberto Carlos e Vitor Bonfim permaneceram até a abertura da janela.

Marcelo Nilo, Paulo Câmera e Euclides Fernandes saíram para o PSL. Apenas Euclides voltou neste último mês. Vitor Bonfim e Paulo Câmera mudaram ao PR. Nilo já havia deixado a legenda para o PSL e agora está no PSB. 

O PDT tem três parlamentares, mesmo número de deputados do PSB que elegeu dois (Fabíola Mansur e Marquinhos Viana) e ganhou Marcelo Nilo. O PR, que elegeu apenas Reinaldo Braga, chegou a ficar sem representação quando o decano da Casa migrou para o PSL, agora o recebeu de volta com outras duas “aquisições”: Vitor Bonfim e Paulo Câmera, e também tem três.

Oposição — No campo da oposição, o MDB perdeu todos os representantes na Assembleia. Após as denúncias que levaram à prisão Geddel Vieira Lima, a legenda foi vista como “leprosa” e os cinco deputados que estavam nela optaram por sair.

Vale ressaltar que a sigla elegeu seis parlamentares em 2014, mas Alex da Piatã migrou para o PSD em 2015. Já os outros cinco saíram numa articulação que tinha dois grandes objetivos práticos para além das próprias sobrevivências políticas: o primeiro, era pressionar Lúcio Vieira Lima a sair do partido, o que não deu certo; e o segundo era deixar o caminho livre – já que ele continuou – para que pudesse coligar com legendas menores. 

Explica-se: a chamada “chapinha” tende a ter muitos candidatos com poucos votos. Alcança desta forma o consciente eleitoral e consegue eleger um postulante com baixo número de votos nominais. 

Quem tem mandato sai na frente nestes casos e tem a perspectiva de ter uma quantidade maior de votos. Neste sentido, a legenda deixa de ser interessante para os candidatos menos expressivos. A saída de Prisco e Targino do PPS seguiu a mesma lógica.

Sem o MDB, o PSDB fica com a segunda maior bancada do agrupamento, com cinco deputados. Entraram no ninho tucano Marcell Moraes (ex-PV) e David Rios (ex-MDB). 

O PSC, com quatro cadeiras, fica em terceiro no ranking das oposições. No partido cristão entraram Hildécio Meires (ex-MDB), Soldado Prisco (ex-PPS) e Sildevan Nóbrega (ex-PRB). Samuel Júnior saiu.

Os trabalhos no Legislativo ainda não foram intensificados neste ano eleitoral. A saída de ACM Neto da disputa pela sucessão traz pelo menos dois desafios conflitantes para os deputados do grupo político. O primeiro é impor discursos e desgastes ao governo Rui Costa para tentar, ao menos, dar competitividade ao candidato do grupo. O segundo é viajar para suas bases atrás de votos. Resta saber como os parlamentares vão organizar as respectivas agendas.

Classificação Indicativa: Livre

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