Política

Prefeitura quer votar anistia, mas empaca na base aliada

Imagem Prefeitura quer votar anistia, mas empaca na base aliada
Situação ficou ainda pior depois que chefe da Casa Civil ignorou grupo de vereadores  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/09/2011, às 16h22   Daniel Pinto


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A prefeitura de Salvador enviou à Câmara projeto de lei que prevê anistia fiscal e outros benefícios tributários à indivíduos  com pendências com o município. Salvo algumas críticas pontuais, a iniciativa goza da simpatia da maior parte dos vereadores. Inclusive, desde a semana passada existe acordo com a oposição para que a matéria seja votada. “Não há polêmica e nem impedimento político. É mais uma chance para que pessoas de baixa renda possam quitar suas dívidas e regularizar a situação de suas moradias”, destacou a líder da minoria, Vânia Galvão (PT).

Apesar da boa vontade daqueles que (teoricamente) deveriam “dificultar a vida” do Executivo, a bancada governista mostra sinais de que não vai votar o projeto de anistia e que a relação com o Thomé de Souza está bastante desgastada. Para piorar a situação, um grupo de 14 vereadores teve um encontro nada agradável com o chefe da Casa Civil, João Leão. Na segunda (19), pelo menos 14 “caciques” da Câmara forçaram uma audiência com o secretário. Mas, não foram atendidos no gabinete. Leão estava de saída e recebeu a comitiva enquanto se dirigia para a garagem. Na oportunidade, disse que tinha uma viagem marcada e não poderia perder tempo. Mesmo assim, cobrou a aprovação do projeto.

“Foi uma situação constrangedora. Ele foi muito desrespeitoso conosco. E olha que não é a primeira vez. A verdade é que o prefeito João Henrique não tem ninguém que mantenha um diálogo respeitoso com o Legislativo. Assim, fica difícil votar qualquer coisa. Não somos submissos e eles vão ter que entender isso”, esbravejou Adriano Meireles (PSC).

Quem também mostrou insatisfação foi o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Everaldo Bispo (PMDB). “Não vejo ilegalidade nenhuma no texto. Aliás, é uma ferramenta importante para melhorar a arrecadação e reduzir a inadimplência. Mas, à princípio fica inviável por conta de tudo que tem acontecido. Não dá para vereador ficar tomando puxão de orelha na porta da prefeitura, né”.

O líder do governo na Câmara, Téo Senna (PTC), reconhece as dificuldades, mas ainda espera que o projeto passe pelo crivo da Casa na sessão desta quarta (21).  “Sempre tem um ponto divergente, mas a gente trabalha para minimizar os problemas. O acordo com a oposição está mantido. Só resta mesmo um entendimento maior da base. O mais importante é que com o refinanciamento a cidade vai ganhar mais R$ 20 ou R$ 30 milhões para serem aplicados em áreas como saúde e educação”.

Ao que parece, o líder do Thomé de Souza vai ter que "suar" a camisa se quiser contar com uma “mãozinha” dos colegas de bancada.    

Fotos: Edson Ruiz, Bob Viava e Gilberto Júnior/ Bocão News

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