Política

Embora diálogo tenha intensificado, união da esquerda no primeiro turno ainda se mostra difícil

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PT, PDT e Rede afirmam que terão candidaturas próprias   |   Bnews - Divulgação Alan Marques/Folhapress

Publicado em 04/06/2018, às 12h20   Guilherme Reis


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Embora os partidos considerados de esquerda e centro-esquerda estejam se mostrando mais abertos ao diálogo, ainda é remota a possibilidade de essas siglas saírem unidas em torno de um único candidato nas eleições presidenciais. No contexto atual, isso se deve principalmente ao PT, que mantém o nome de Lula e tem refutado a ideia de apoiar outro postulante, e ao PDT, cuja pré-candidatura, em torno de Ciro Gomes, é uma das que mais têm ganhado fôlego nas pesquisas. 

O pedetista, inclusive, tem tentado cooptar o PCdoB e o PSB. Este, que após a desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa ficou sem opções para disputar o Palácio do Planalto, estaria perto de fechar com Ciro, faltando apenas ajustar impasses regionais. “Estamos buscando unificação interna ainda. Vou me reunir com o presidente nacional [Carlos Siqueira]. Há muitas questões regionais jogando a favor ou contra”, disse ao BNews a senadora Lídice da Mata, presidente da legenda na Bahia. 

Conforme reportagem do site HuffPost Brasil, Carlos Siqueira e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, têm conversado nas últimas semanas, e a expectativa é que ainda neste mês haja uma definição. O PSB comanda cinco estados e possui tempo em rádio e TV, tornando-o atrativo. 

Em relação ao PCdoB, os comunistas foram os primeiros a admitir que estariam dispostos a desistir da disputa para apoiar outro candidato. Em março, o deputado federal Daniel Almeida disse que a sigla não descartava discutir o assunto. “Se for necessário fazer ajustes, retirar candidatura, lá na frente pode acontecer”, declarou ao BNews. A tese passou a ser endossada pela presidente nacional do partido, Luciana Santos, após a prisão do ex-presidente Lula. 

Apesar disso, no entanto, o PT ainda reafirma que não pensa em plano B para Lula, que deve ter a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Alguns petistas, incluindo o governador Rui Costa e o ex-ministro Jaques Wagner, chegaram a mencionar a possibilidade de o partido apoiar outro candidato – o que foi prontamente refutado pela cúpula. 

Já o Rede Sustentabilidade, de centro-esquerda, é outro que quer levar a ex-ministra Marina Silva até as últimas consequências. Uma parcela dos redistas, inclusive, é favorável a seguir o exemplo do PSOL e não fazer coligação. Em contato com o BNews, na manhã desta segunda-feira (04), o porta-voz nacional do Rede, Pedro Ivo, foi enfático ao dizer que “a candidatura de Marina é irreversível”. 

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