Política

Raquel Dodge vê indícios de atuação de Lindbergh em favor da OAS

Jefferson Rudy/Agência Senado
Caso envolve medida provisória que simplificou licitações em aeroportos  |   Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Senado

Publicado em 18/07/2018, às 06h59   Redação BNews


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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirma em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 1 de junho, ter encontrado indícios de que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) atuou em favor da empreiteira OAS na discussão de uma Medida Provisória (MP) que tramitou no Congresso durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

No último dia 1º de junho, Raquel Dodge pediu ao STF que o inquérito contra Lindbergh seja mantido no tribunal porque envolve suspeitas de práticas de crimes no exercício do mandato – com as mudanças de entendimento sobre foro privilegiado, a Polícia Federal havia solicitado o envio para a primeira instância.

Segundo as investigações, a suspeita é de que o petista tenha recebido cerca de R$ 700 mil, entre 2013 e 2014, para defender os interesses da empresa no Parlamento e para influenciar decisões de Dilma no Planalto. Lindbergh é um dos parlamentares petistas que integram a linha de frente de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve disputar a reeleição ao Senado neste ano.

O caso envolve a MP 600/2012, que simplificou as licitações de obras em aeroportos, uma das principais áreas de interesse da OAS, que integra o consórcio administrador do aeroporto de Guarulhos (SP).  Lindbergh apresentou uma emenda para modificar a medida provisória, mas ela foi rejeitada. Por isso, a suspeita dos investigadores é que ele tenha atuado mediante influência junto à presidente na sanção da MP, após sua aprovação no Congresso – a lei foi sancionada em 20 de junho de 2013.

A Polícia Federal detectou mensagens no celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro que mostram o agendamento de encontros para tratar do assunto com o senador petista, que presidia, na época, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Os investigadores colheram indícios de que a OAS repassou ao menos R$ 700 mil a Lindbergh via pagamentos de serviços de publicidade em caixa dois. 

Desde o ano passado, Lindbergh usa sucessivas manobras para adiar seu depoimento à Polícia Federal, solicitando a remarcação da data diversas vezes. Procurado pelo jornal, o senador Lindbergh afirmou que "não foi membro da comissão que apreciou a MP 600/2012; não esteve presente em nenhuma das cinco reuniões da Comissão; não fez qualquer pronunciamento sobre a matéria; não votou a medida provisória em Plenário e que a emenda apresentada à MP não tinha relação com interesses da OAS". Lindbergh classificou a investigação de "inacreditável" e disse acreditar que será arquivada por ausência de provas.

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