Política

DEM quer alterar regra que torna inelegível quem substituir presidente durante viagem

Imagem DEM quer alterar regra que torna inelegível quem substituir presidente durante viagem
Rodrigo Maia, líder do partido, é um dos principais afetados pela norma atual  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/07/2018, às 07h11   Folhapress


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Uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) em tramitação na Câmara quer mudar as regras para a substituição do presidente da República nos seis meses que antecedem a eleição. 

O texto foi protocolado pelo líder do DEM, Rodrigo Garcia (SP), na última terça-feira (10). Garcia é o líder da bancada à qual pertence Rodrigo Maia (RJ), presidente da Casa e um dos principais afetados pela regra atual. 

Isso porque, hoje, quando o presidente Michel Temer sai do país em viagens oficiais, é Maia o primeiro na linha sucessória para assumir o cargo no Palácio do Planalto, uma vez que o emedebista não tem vice. 

A partir de seis meses antes das eleições, porém, quem sentar na cadeira, mesmo que temporariamente, não pode concorrer a outros cargos. 

Por isso, tanto Maia como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), têm deixado o país todas as vezes que Temer viaja. Nesta terça-feira (17), como o presidente está em Cabo Verde, os presidentes do Legislativo estão no Chile e nos Estados Unidos, respectivamente. 

Pela terceira vez neste ano, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, assumiu a Presidência da República. 

A regra que leva os chefes do Legislativo a improvisar viagens está na Constituição. O texto apresentado por Garcia quer alterar justamente a previsão de inelegibilidade em casos como esses. 

"Isso causa custo para o Brasil nessas viagens e, além do mais, não tem sentido pela tecnologia que temos, pela facilidade de comunicação", afirmou o líder em vídeo. 

Apesar de protocolada, a PEC não pode ser votada neste ano, uma vez que o texto constitucional não pode ser emendado durante período de intervenção ---como a que ocorre hoje na segurança pública do Rio de Janeiro. 

O DEM já havia feito em abril uma consulta no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre o assunto, mas o ministro Luís Roberto Barroso indeferiu o questionamento, afirmando que já há jurisprudência no tribunal sobre a inelegibilidade de candidatos nessa situação. 

A Folha entrou em contato com Maia para comentar o assunto, mas não obteve resposta. 

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