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Empresário diz que pagou R$ 1 milhão a amigo de Temer como propina em contrato no Aeroporto de Brasília

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Polícia Federal investiga se o montante foi passado ao presidente  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 24/08/2018, às 22h30   Redação BNews


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O empresário Marcelo Castanho, dono da empresa de publicidade Alumi, contou à Polícia Federal que realizou o pagamento de R$ 1 milhão a uma empresa do coronel João Batista Lima Filho, ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer. Segundo ele, o repasse aconteceu durante a negociação para explorar a área do Aeroporto de Brasília com peças de publicidade em 2014.

Marcelo Castanho prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, no dia 13 de julho, no inquérito que apura se um decreto presidencial de Temer beneficiou empresas do setor de portos em troca de propina.   
Ele contou à PF que fez uma parceria com o empresário Rodrigo Castro Neves, que tinha proximidade do José Antunes Sobrinho, que na época era presidente da Inframerica - responsável pelo aeroporto. Castanho revelou que "quando tudo já estava acertado, em setembro de 2014", foi avisado por Rodrigo Neves que, conforme orientação do próprio presidente da Inframerica, o pagamento de R$ 1 milhão deveria ser feito à Argeplan, empresa onde coronel João Lima é um dos sócios.

Ele afirmou aos policiais que recusou fazer a transferência do valor sem comprovante de contrato ou nota fiscal que justificasse o pagamento. Mas quando recebeu o contrato, viu que ele não estava em nome da Argeplan, e sim em nome da empresa PDA - Projeto e Direção Arquitetônica, que pertence ao coronel Lima e à mulher dele, Maria Rita Fratezi.

Castanho disse que nunca teve encontro presencial coronel Lima e que as conversas sobre o pagamento e o contrato com a PDA foram por telefone. Relatou também que a PDA chegou a fazer um projeto, mas que não foi usado, por ter sido entregue depois que os painéis de publicidade já estavam instalados.

Segundo apurou o Jornal Nacional, os pagamentos da Alumi para a PDA foram feitos em duas parcelas, uma de R$ 469 mil e o outra no valor de R$ 622 mil. 

A Polícia Federal investiga se o coronel Lima repassou o montante milionário ao presidente Michel Temer. A defesa dos acusados nega a participação em atos ilícitos.

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