O secretário de Planejamento do Estado da Bahia, Zezéu Ribeiro, foi o entrevistado desta segunda-feira (17), do programa do Bocão, apresentado por Zé Eduardo, na Rádio Sociedade.
Logo de início, Zé questionou o secretário sobre a mobilidade da Avenida Paralela e se 'ela tem jeito'. Zezeú disse acreditar que um projeto viável de transporte público pode melhorar o trânsito de uma das principais vias da capital. Entre os citados e que já estão sendo estudados pelo governo do estado é o BRT.
No ano passado, em Matriz de Responsabilidade assinada com o governo federal, Salvador previu a construção de um corredor estruturante de BRT (Transporte de ônibus rápido, pela sigla em inglês), com extensão de 19 quilômetros, ligando o aeroporto ao Acesso Norte.
No dia 21 de junho, porém, depois de analisar projetos apresentados por sete empresas, o governo do estado anunciou que abriria licitação para construir um transporte sobre trilhos ligando os dois pontos, combinado com linhas de BRT em vias alimentadoras, transversais à Paralela. A ideia é apresentar o projeto ao governo federal e conseguir verbas da Caixa Econômica.
O que Zezéu não esperava é que, entre os ouvintes que participaram, estava Pedro, presidente da associação dos ferroviários de Salvador. Para dar o bom dia, Pedro foi taxativo: "Nós temos raiva de você secretário". O presidente
da asociação o questionou sobre a falta de investimentos e repasses feitos pelo governo a este tipo de transporte e que só na Bahia são cerca de 20 mil ferroviários.
O secretário disse concordar com a falta de investimentos e criticou o sitema adotado no estado: "A Bahia é o único estado que municipalizou o transporte público. Nas demais capitais esta responsabilidade é do governo estadual ou federal", explica.
Reforçando, o ouvinte Pedro disse que há mais de três anos os ferroviários não recebem aumento. Zezéu esfria a conversa: "Que coisa feia ter raiva de mim. Sempre fui preocupado com a mobilidade urbana do estado e tenha certeza que vamos rever a situação ferroviária".
Perguntando sobre o pedágio, Zezéu Ribeiro afirmou que os três existentes no estado acompanham uma política nacional. "Eles existem para garantir a manuntenção e a boa trafegabilidade".
Alfinetando um pouco, Zé Eduardo perguntou sobre o nome da Ponte: "Será Dois de Julho mesmo"? Zezéu retrucou: "Foi uma sugestão do governador. É fato que temos uma dívida com nossos antepassados, o que não quer dizer que temos que colocar o nome Dois de Julho em tudo". E mandou o recado: "Mas o nome do aeroporto ter sido alterado, isto foi um crime. Este sim tem que voltar a ser chamado com o nome da nossa data de independência".
Zezéu se encontra na manhã de hoje com o vice governador do Maranhão, o petista Washington Luiz para trocarem experiências sobre mobilidade e ações aplicadas nos dois estados. O encontro acontece no Centro Administrativo de Salvador.
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