Política

Lídice diz que impasse de Bolsonaro com Cuba "afetará população mais vulnerável"

Vagner Souza / BNews
Mais Médicos chegou a 18,2 mil profissionais no auge do programa  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza / BNews

Publicado em 14/11/2018, às 19h43   Henrique Brinco


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A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou, nesta quarta-feira (14), que o impasse gerado com a saída dos profissionais cubanos do "Mais Médicos", gerado após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), vai prejudicar a camada vais vulnerável da população". A parlamentar foi autora do relatório que avaliou o programa na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
Segundo ela, "prefeitos de diferentes correntes partidárias aprovaram o desempenho dos médicos vindos daquele País". De acordo com o relatório entregue por Lídice na CAS do Senado, em menos de três anos o programa foi responsável pela alocação de profissionais de saúde em regiões remotas do País, sobretudo no Nordeste.
A socialista lembrou ainda que os cubanos atuaram em regiões de alta vulnerabilidade social e que os estrangeiros ocuparam as vagas que foram recusadas pelos profissionais do Brasil.
O Mais Médicos chegou a 18,2 mil profissionais no auge do programa e, segundo pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, 85% das pessoas atendidas avaliaram positivamente a iniciativa. “Numa escala de zero a dez, o programa obteve nota nove entre as pessoas que o utilizaram e/ou avaliaram”, explicou.
Impasse
Bolsonaro anunciou, nesta quarta-feira (14), que o diplomata Ernesto Araújo será o novo ministro das Relações Exteriores. O anúncio acontece horas depois de Cuba anunciar o fim da parceria com o Brasil no programa Mais Médicos.

"Atualmente, Cuba fica com a maior parte do salário dos médicos cubanos e restringe a liberdade desses profissionais e de seus familiares. Eles estão se retirando do Mais Médicos por não aceitarem rever esta situação absurda que viola direitos humanos. Lamentável!", escreveu no Twitter. A informação também foi reforçada em coletiva de imprensa, durante a tarde.

"A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje. Informo a todos a indicação do Embaixador Ernesto Araújo, diplomata há 29 anos e um brilhante intelectual, ao cargo de Ministro das Relações Exteriores", completou, ainda na rede social.

Na coletiva, o presidente eleito diz também que não vai convidar os 11 mil médicos cubanos a ficar no Brasil. “Se esses médicos fossem bons profissionais, estariam no quadro de médicos do país.”

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