Eleição na Assembleia pode frear avanço do PSD dentro do governo

Com 19 apoios declarados, o deputado estadual Nelson Leal (PP), caso consiga se eleger presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), freará o avanço crescente do PSD em espaços de poder no governo de Rui Costa (PT). Atualmente, o PSD, além de já comandar o Legislativo baiano, fez dois senadores, tem 86 prefeitos e 591 vereadores. Além disso, controla duas secretarias (Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura) e a União dos Municípios da Bahia (UPB), para a qual Eures Ribeiro deve se reeleger com o apoio governista.

A sigla também controla a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) e a Superintendência de Atendimento ao Cidadão (SAC). 

Embora tenha saído na frente na disputa pelo comando da AL-BA, o PP tem o desafio de convencer o PSD e o PSB até fevereiro, quando ocorre a eleição, a retirar as candidaturas de Adolfo Menezes e Alex Lima, respectivamente. Ao mesmo tempo, precisará angariar o apoio do PT, que tem a maior bancada (10 deputados). O PSD e o PP têm nove e sete deputados, respectivamente. Um deputado ouvido pelo BNews disse que a disputa ainda não está decidida, ressaltando que o novo presidente será definido a partir de um consenso das três siglas.

O governador Rui Costa (PT) defende que, apenas após construir esse consenso, é que se negocie o apoio da oposição, que conta com 18 parlamentares. O petista deixou isso claro na reunião com a base nesta segunda-feira (19). E, embora não tenha demonstrado, de forma explícita, preferência por determinado nome, também pregou que haja alternância de poder. O que indiretamente soa como um fator favorável a Nelson Leal.

Rui também teria se colocado contra o PT entrar no páreo. Conforme reportagem do BNews, ele argumentou que o Partido dos Trabalhadores já ocupa um cargo importante, que é o do Executivo. O deputado Rosemberg Pinto (PT) ensaiou lançar sua candidatura.