Política

Cubanos do "Mais Médicos" embarcam com grande quantidade de TVs no aeroporto de Salvador

BNews/Adenilson Nunes
Governo comunista fretou ônibus e aviões da empresa aérea Cubana de Aviación para transportar os pertences dos médicos  |   Bnews - Divulgação BNews/Adenilson Nunes

Publicado em 30/11/2018, às 20h35   Henrique Brinco


FacebookTwitterWhatsApp

Um grande número cubanos ex-integrantes do "Mais Médicos" embarcou de volta para a ilha comunista, na noite desta sexta-feira (30), no Aeroporto Internacional de Salvador. O BNews esteve no local e flagrou a chegada de diversos ônibus com profissionais de vários cantos do Brasil. A cena se repete desde que Cuba resolveu encerrar a parceria por não concordar com as propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Além das malas com pertences pessoais, praticamente todos levavam uma bagagem em comum: pelo menos um, dois ou mais televisores novos - além de outros eletrodomésticos.

O governo cubano fretou ônibus e aviões da empresa aérea Cubana de Aviación para transportar os pertences que os médicos adquiriram durante os anos em que moraram em território brasileiro. Só que muitos preferiram usar o benefício para comprar objetos novinhos em folha - já que a ilha comunista sofre um duro embargo econômico há décadas, encarecendo os produtos eletrônicos.

O BNews até tentou, mas a maioria dos ex-participantes do programa não quiseram falar sobre o assunto. Devidamente orientados pelo governo cubano, os passageiros evitaram conversar com a reportagem enquanto esperavam para embarcar nos dois voos marcados para o fim da noite (um às 20h30 e outro às 23h55). Alguns, inclusive, fizeram expressões de "medo" ao serem abordados pelo repórter. Outros relataram tristeza por terem que deixar o país.

Criado em 2013, o "Mais Médicos" ampliou à assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. A previsão é de que, até o dia 12 de dezembro, todos os mais de 8 mil médicos que estão no Brasil voltem a Cuba. A Bahia é o segundo estado que mais depende do programa, ficando atrás apenas de São Paulo.

Para suprir a ausência de médicos nos rincões do país com o fim da parceria entre Brasil e Cuba para o programa, o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, propôs nesta semana a transferência da operacionalização do programa para as mãos dos estados. A sugestão foi apresentada na quarta-feira (28), em Brasília, durante reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS).

Segundo a Sesab, ao longo de cinco anos de existência, mais de 5,6 milhões de pessoas beneficiadas com o Mais Médicos da Bahia - além de cerca de 800 mil consultas realizadas por mês e uma cobertura de 72% da Atenção Básica. Também nesta semana, o Ministério da Saúde abriu as inscrições para o cadastramento de novos profissionais que desejam atuar em 557 municípios de todos os estados brasileiros.


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp