Política

Maia diz que chefia da Câmara não tem lado

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Maia, que tenta chegar ao terceiro mandato consecutivo, firmou acordos com o PSL de Jair Bolsonaro e com o PDT de Ciro Gomes no início deste ano  |   Bnews - Divulgação Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Publicado em 15/01/2019, às 05h18   Folhapress


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O presidente da Câmara e candidato à reeleição, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (14) que o cargo não é "de governo nem de oposição" e que por isso busca acordos com partidos de lados opostos no espectro político. "A presidência da Câmara não é de governo nem de oposição. Quanto mais representativo o comando da Casa, mais independente e altivo o Legislativo", escreveu nas redes sociais.

Maia, que tenta chegar ao terceiro mandato consecutivo -o primeiro foi tampão, depois da renúncia de Eduardo Cunha (MDB-RJ) –, firmou acordos com o PSL de Jair Bolsonaro e com o PDT de Ciro Gomes no início deste ano. Na base de Maia estão a maioria dos partidos do chamado "centrão", como PR, PRB, Podemos, PSD e Solidariedade.

Divergências entre os três partidos de esquerda que formaram um bloco de oposição do governo podem fragilizar a estratégia de enfrentar a candidatura de Maia. PSB (32 deputados), PDT (28) e PC do B (9) têm reunião marcada para esta quarta (16) para definir como o grupo que construíram para se opor a Bolsonaro vai se posicionar na disputa no Legislativo.

Acontece que cada um deles tem apontado para soluções diferentes e incompatíveis. Inicialmente, as três siglas caminhariam junto com Maia. No entanto, com o ingresso do PSL (52) na chapa de Maia, as legendas começaram a rediscutir seus posicionamentos.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que a adesão do partido de Bolsonaro inviabilizou "completamente" o apoio a Maia. A solução apontada pela sigla foi juntar os outros dois partidos do bloquinho de oposição a PP (37), MDB (34), PT (56) e PTB (10) e lançar várias candidaturas para forçar que a disputa caminhe para o segundo turno.

Destas siglas já estão lançados os nomes de JHC (PSB-AL), Arthur Lira (PP-AL), Ricardo Barros (PP-PR), Fábio Ramalho (MDB-MG) e Alceu Moreira (MDB-RS). Mas o abalo ao favoritismo de Maia começou a dar sinais de reversão menos de 48 horas depois. Em reunião realizada no fim de semana, o PDT indicou apoio ao deputado do DEM. O PC do B se reúne na manhã desta terça-feira (15).

O líder da legenda na Câmara, Orlando Silva (SP), amigo de Maia, já descarta a ideia do PSB de lançar múltiplas candidaturas. "Esta ideia é natimorta. Quem tem muitas candidaturas não tem nenhuma. Tem que construir outro caminho. Não existe corpo sem cabeça, é uma equação que não tem ponto de chegada", afirmou Silva à reportagem.

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