Pressionado, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi alvo de um verdadeiro bombardeio, em audiência realizada na tarde desta terça-feira (23), na Câmara Federal. Deputados da oposição pediram que o ministro deixe imediatamente o cargo devido às denúncias de desvio de verbas na pasta.
O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), que a presença do ministro na comissão especial que analisa a Lei Geral da Copa é uma afronta ao povo brasileiro. “O povo brasileiro quer o senhor fora do ministério. O senhor está na condição de investigado e não tem condições de estar no ministério”, afirmou Neto.
O deputado federal baiano ainda desafiou Orlando Silva a participar de uma acareação com João Dias, que teria entregado à Polícia Federal 13 gravações e quatro documentos que comprovariam a participação de servidores da cúpula da pasta.
Opinião semelhante tem o deputado federal Cesar Conalgo (PSDB-ES). Segundo o parlamentar, a falta de credibilidade de Orlando Silva, diante do descontrole institucional do ministério, atrapalha, inclusive as negociações com a Fifa. “Deveria se afastar do cargo. Pode não ter ainda provas concretas, mas existem fortes indícios de desvios na pasta”, declarou.
O ministro preferiu não de fazer o que chamou de “digressões políticas”, e se limitou a reafirmar que “nada será provado porque as provas não existem”.
Para complicar ainda mais Orlando Silva, também na tarde desta terça-feira, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia determinou a abertura de inquérito para investigar o envolvimento do ministro do Esporte, no suposto desvio de dinheiro público do programa Segundo Tempo.
