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Lula consegue saída temporária da prisão para velório de neto em SP

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Autorização foi concedida com base na Lei de Execução Penal, que prevê saída temporária de presos para velórios e enterros de familiares  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 01/03/2019, às 17h12   Folhapress


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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi autorizado, nesta sexta-feira (1), a sair temporariamente da prisão, na Polícia Federal em Curitiba, para ir ao velório e enterro do neto.

Arthur Araújo Lula da Silva, 7, morreu nesta manhã, em decorrência de uma meningite.

A autorização foi concedida com base na Lei de Execução Penal, que estabelece a previsão de saída temporária de presos para velórios e enterros de familiares, incluindo descendentes.

Ele seguirá para São Paulo em aeronave do governo do Paraná, cedida a pedido da Polícia Federal, pelo governador Ratinho Júnior (PSD).

O velório será no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP). A cremação do corpo está prevista para as 12h deste sábado (2).

O cemitério é o mesmo onde foi cremada a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017.

Ao contrário do que ocorreu no passado, quando outros pedidos semelhantes do ex-presidente foram negados, os advogados de Lula se comprometeram a “não divulgar qualquer informação relativa ao trajeto que será realizado”, e disseram que irão informar o local da cerimônia de sepultamento “diretamente à autoridade policial”.

A militância, desta vez, também decidiu não fazer atos em frente à Polícia Federal –numa tentativa de “garantir todo o respeito e condições necessárias para que, ainda hoje [sexta], Lula tenha o direito de se despedir do neto querido”, segundo nota assinada pela Vigília Lula Livre.

Horas depois do pedido da defesa, o processo de execução penal de Lula, conduzido pela juíza Carolina Lebbos, foi colocado em sigilo nível 4. Assim, ele só pode ser visualizado pelo juiz e alguns servidores da vara.

No mês passado, a PF negou autorização para que o ex-presidente saísse da prisão para ir ao enterro do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, sob o argumento de falta de aeronaves e de risco à segurança de Lula e à ordem pública.

Arthur visitou o avô por duas vezes na sede da Polícia Federal, no ano passado. Era filho de Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

A superintendência da PF em Curitiba está em regime de plantão até quarta-feira (6), em função do feriado de Carnaval e de uma dedetização do prédio agendada para esta sexta (1).

Arthur nasceu durante o tratamento de Lula contra um câncer de laringe, em janeiro 2012. O ex-presidente a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017, visitaram o recém-nascido na maternidade São Luiz, no Itaim Bibi (zona oeste da capital paulista).

O petista, que na ocasião estava careca por causa da quimioterapia, posou para fotos com o bebê no colo. As imagens foram divulgadas por sua assessoria.

Meses depois, em julho, Lula levou o menino para um ato com o então prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), que disputaria a reeleição. A Folha registrou o ex-presidente segurando Arthur no palanque ao lado da então presidente Dilma Rousseff (PT).

O garoto foi o sexto neto de Lula. O avô também compareceu ao batizado dele, em 2013, em uma igreja de Santo André.

O nome do menino voltou a aparecer no noticiário em 2016, quando foram publicadas fotos de pedalinhos no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente.

Imagens feitas pela TV Globo mostraram que os nomes de Arthur e Pedro, ambos netos do petista, estavam estampados nas capas dos dois pedalinhos em formato de cisne que ficavam no lago da propriedade.

No mês passado, Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no processo que envolve o sítio.

A Justiça concluiu que reformas feitas no imóvel foram pagas pela Odebrecht e pela OAS com dinheiro desviado de contratos da Petrobras. A defesa do petista recorre da decisão.

Preso em Curitiba desde abril de 2018, após ser condenado no caso do tríplex de Guarujá, o ex-presidente recebeu a visita de Arthur e dos pais dele já na segunda semana de reclusão.

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