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Operação Kepler: "Chamamos o Imegi para fazer uma rescisão amigável", diz Luiz Galvão

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Secretário de Saúde afirma que ainda não teve acesso ao teor do inquérito  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 04/04/2019, às 18h56   Juliana Nobre e Henrique Brinco


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O secretário de Saúde de Salvador, Luiz Galvão, afirmou ao BNews que recebeu "com muita tranquilidade" o convite de ir para a Câmara Municipal de Salvador. O integrante da equipe do prefeito ACM Neto (DEM) irá se apresentar na Comissão de Saúde, onde deverá prestar esclarecimentos sobre a Operação Kepler, que mira irregularidades na contratação do Instituto Médico de Gestão Integrada (Imegi).

"Recebo o convite com muita tranquilidade. A data já estava marcada para me apresentar na Comissão de Saúde no dia 24 de abril. Estou bastante tranquilo. A secretaria foi alvo de uma busca e apreensão. A Polícia Federal esteve aqui e levou alguns documentos e uma CPU de um computador nosso. A secretaria está à disposição para fornecer as informações que forem necessárias. Não tivemos ainda acesso ao inquérito da Operação Kepler, mas estamos todos muito tranquilos e cooperando com a Justiça, que é o mais importante".

Galvão afirma que ainda não teve acesso ao teor do inquérito. "Na verdade, quando você divulga na imprensa que existem suspeitas de servidores envolvidos, isso causa temor em todo mundo. Então, a gente quer saber também quem são os servidores. Até para a administração se cobrir e tomar as medidas necessárias. Da nossa parte cabe ampliar os mecanismos de controle nesses contratos", ressalta ele, que negocia uma rescisão do contrato da SMS com o Imegi.

"Nós já vamos fazer dois contratos emergenciais, no Multicentro da Liberdade e no Multicentro da Carlos Gomes. Chamamos a empresa Imegi para fazer uma rescisão amigável. Eles têm um contrato ativo na UPA de Paripe. Então, a gente não pode tomar nenhuma atitude que prejudique os funcionários que trabalham nessas unidades. Mas estamos trabalhando com muita tranquilidade e não seremos coniventes com nenhum tipo de ato ilícito ou situação que prejudique a gestão pública", completa.

Ele avalia como "importante" a ida de secretários municipais para prestar esclarecimentos sobre ações da Prefeitura. "Qualquer tipo de convite para esclarecimento é salutar para a relação entre o Executivo e Legislativo. Estou à disposição para conversar com quem quer que seja sobre qualquer assunto da Secretaria de Saúde, porque esse é o meu papel. Trabalhar pela saúde e esclarecer os fatos da saúde para os nossos usuários e o cidadão de bem".

Luiz Galvão também conta como foi a conversa com o prefeito ACM Neto logo após a operação, deflagrada no final de março. "Conversamos sobre a operação. Ele perguntou como tinha sido a ação. Expliquei que foi lavrado um ato de recolhimento do material que foi apreendido e foi somente isso que tivemos acesso sobre a Operação Kepler. Perguntou se estou tranquilo. Estou bastante tranquilo e a gente vai fornecer as informações necessárias".

Entenda o caso

A Secretaria Municipal de Saúde foi alvo da Operação Kepler, deflagrada pela Polícia Federal, no último dia 20 de março.  A iniciativa tem como objetivo desarticular esquema criminoso de fraude à licitação, superfaturamento, desvio de recursos públicos, peculato e lavagem de ativos na contratação de instituto de saúde para gestão complementar de unidades de saúde UPA e Multicentros, todas vinculadas à SMS.

Foram identificados pagamentos, em razões dessas contratações fictícias, que extrapolam R$ 2 milhões, sendo que as investigações apontam para a existência de superfaturamento que pode ultrapassar os R$ 8 milhões.

As investigações tiveram início a partir de fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU) em contratos feitos pela pasta com o Imegi para prestação de serviços na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paripe, no Multicentro Liberdade e no Multicentro Carlos Gomes.

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