Política

'Já demos uma trava na Petrobras', diz Onyx Lorenzoni em áudio enviado para caminhoneiro

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A assessoria da Casa Civil afirmou que o ministro não vai se manifestar sobre o áudio  |   Bnews - Divulgação Veja

Publicado em 21/04/2019, às 08h17   Redação BNews



O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, comentou medidas articuladas pelo Palácio do Planalto para atender demandas da categoria que paralisou o país em maio do ano passado e afirmou ao interlocutor que o governo havia dado uma "trava" na Petrobras para evitar reajustes de combustíveis com frequência inferior a 15 dias. O comnetário foi feito em uma mensagem de áudio enviada a um caminhoneiro.

O áudio, revelado pela revista "Veja", viralizou em grupos de conversas de caminhoneiros em aplicativos de mensagens. Não é possível identificar a data em que a mensagem foi enviada, mas, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o caminhoneiro Marconi França disse que era o interlocutor do áudio enviado pelo chefe da Casa Civil e informou que a mensagem foi trocada em 27 de março.

"Já demos uma trava na Petrobras. Qualquer modificação de preço, no mínimo entre 15 e 30 dias, não pode ter menos que isso", declarou Onyx ao caminhoneiro, dando a entender que o governo interveio na petroleira.

Segundo o G1, a assessoria da Casa Civil afirmou que o ministro não vai se manifestar sobre o áudio. A assessoria da Petrobras também foi procurada, mas até a última atualização desta reportagem ainda não havia obtido resposta sobre o conteúdo da gravação.

Em 26 de março, véspera da data em que o ministro enviou a mensagem ao caminhoneiro, a Petrobras informou, em um comunicado ao mercado, que a diretoria da petroleira havia aprovado mudanças na periodicidade de reajuste nos preços do diesel vendido para as refinarias. Na ocasião, os preços passaram a ser reajustados, no mínimo, a cada 15 dias.

Com o fim do governo Michel Temer, a petroleira havia voltado a reajustar os combustíveis em intervalos sem frequência mínima, de acordo com as oscilações do barril de petróleo no mercado internacional e também considerando as varições da cotação do dólar. A mudança ocorreu com o fim do programa de subsídios lançado pelo governo Temer após a greve dos caminhoneiros.

Greve
Um grupo de caminhoneiros decidiu parar as atividades no dia 29 de abril. A informação foi confirmada pelo líder do grupo Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, durante entrevista ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. 

"A maioria dos grupos de caminhoneiros já decidiu pelo dia 29 de abril, tem uns ou outros que acham que é pouco tempo, que devemos esperar ainda, mas a maioria concorda sobre o dia 29 porque chegamos num ponto que não tem mais condições de trabalhar", disse. "Isso não foi uma decisão só minha, foi decidido em grupo por várias lideranças de caminhoneiros", ressaltou. Ele acredita que, a exemplo do que ocorreu no ano passado, o movimento deve atingir o Brasil inteiro, crescendo à medida que os dias passam. Segundo ele, os caminhoneiros decidiram antecipar a paralisação, anteriormente prevista para 21 de maio, em virtude do novo aumento do diesel. 

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