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Políticos baianos rebatem fala de Bolsonaro sobre manifestantes "idiotas": "Buraco que engole o Brasil é o laranja"

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Valmir Assunção, Lídice da Mata, Marta Rodrigues e Robinson Almeida se manifestaram  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 15/05/2019, às 19h24   Henrique Brinco



Políticos baianos da oposição criticaram duramente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (15). Dos Estados Unidos, o chefe do Palácio do Planalto atacou as manifestações em defesa da Educação dizendo que “são uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”.

Em resposta, o deputado federal Valmir Assunção (PT) disse que quem tomou as ruas foram os afetados pelos cortes.  “São estudantes e trabalhadores das universidades e institutos federais e da educação básica, todos que foram atingidos pelos cortes irresponsáveis. Weintraub faz da crise um projeto, porque ele quer promover a privatização do ensino público. O corte é ideológico, o governo tem o projeto de destruir a educação pública”.

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) participou, em Brasília, das manifestações contra os cortes orçamentários nas universidades públicas e em defesa da Educação. Na oportunidade, a parlamentar baiana também criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro, que chamou de idiotas os participantes dos atos em todo o País. “É um despreparado. Suas atitudes mostram que ele não está apto para a função que lhe foi conferida e não sabe lidar com o contraditório que é típico das democracias”, disse. 

Mais ataques
Líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues disse que a "grande dimensão" da Paralisação Nacional pela Educação deixou claro "que a população não está de acordo com a postura autoritária e persecutória do governo Bolsonaro com as universidades e instituições federais". 

"Isso mostra que o povo brasileiro tem um zelo muito grande pela educação e quando ela é afetada toda a população fica alerta. A partir daí o leque de problemas de um governo se abre e fica à mostra. O corte nas universidades deixou  todos preocupados, principalmente porque ninguém quer ver retroceder os avanços promovidos pelos governos Lula e Dilma, que criaram 18 universidades públicas e 422 escolas técnicas no Brasil. Ao mexer na universidade, Bolsonaro mexeu num vespeiro", opina a edil. 

O deputado estadual Robinson Almeida (PT) também usou sua conta no microblog Twitter para rebater declaração do ministro da economia, Paulo Guedes, de que a Previdência Social virou um buraco negro fiscal que ameaça engolir o Brasil. “O único buraco que engole o Brasil é o laranja, criado pelo governo Bolsonaro. Avisa ao Paulo Guedes, @jairbolsonaro. Ele, como a maioria do seu desgoverno, não se deu conta do poder destrutivo de suas medidas que, a cada dia, cria novos e mais profundos buracos em nosso país”, afirmou Robinson Almeida, critico da reforma da previdência proposta pelo governo federal.  

A afirmação de Paulo Guedes foi feita na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, ontem, aonde foi pedi aprovação de um crédito suplementar de R$ 248 bilhões para o governo.  Além de aumentar o tempo de contribuição, endurecer as regras para aposentadoria e propor o regime de capitalização, a PEC 6/2019 do Governo Bolsonaro reduz valor de pensão por morte e aposentadoria por invalidez.  A medida, que enfrenta resistência na sociedade e em parte do Congresso Nacional, tramita na Câmara dos Deputados.

Governistas defendem Bolsonaro
A deputada federal governista Professora Dayane Pimentel (PSL) cobrou coerência dos deputados federais baianos que fazem oposição ao governo Jair Bolsonaro e criticam o contingenciamento de recursos no Ministério da Educação (MEC). "Calam-se a respeito da falta de diálogo do governo estadual e do corte de ponto dos professores das universidades estaduais na Bahia por determinação do mesmo governador petista", comentou.

O deputado estadual Targino Machado (DEM), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, relembrou no plenário da Casa, que em 2010 o então presidente Lula fez um corte de R$ 1.28 bilhão na educação. Segundo Machado, os pares que fazem parte da base do governo baiano, que estão criticando o presidente Jair Bolsonaro pelo contingenciamento nas universidades federais, se esquecem do fato.

“As vozes da bancada do governo da Assembleia Legislativa criticam o contingenciamento feito na educação pelo Governo Bolsonaro, mas esquecem que, em 2010, o então presidente Lula realizou um corte de R$ 1.28 bilhão da educação. Contingenciamento não é nenhuma novidade. Os deputados de governo precisam olhar para trás para agradecer e aprender com o que Lula fez, e ninguém reclamou”, disse.

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