Política

Manifestações de domingo demonstram apoio relevante a Bolsonaro, acredita especialista

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Para o estudioso, o presidente incentiva o acirramento para rivalizar com o Congresso  |   Bnews - Divulgação Carlos Alberto/ BNews

Publicado em 27/05/2019, às 14h55   Pedro Vilas Boas


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As manifestações pró-governo que ocorreram no domingo (26) em diversas capitais do país demonstram um contingente relevante de apoiadores à figura do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Esta é a avaliação de Camilo Aggio, professor e pesquisador do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Segundo o especialista, a movimentação representa evidentemente uma simpatia pelo presidente, e não somente às pautas defendidas pelo governo. "A força motriz das manifestações demonstra  uma vinculação de simpatia e apoio a Jair Bolsonaro", afirmou o estudioso ao BNews, em entrevista realizada nesta segunda-feira (27).

Para Camilo, a intenção de Bolsonaro é gerar um acirramento entre o governo e Congresso, para obrigar as Casas a aprovarem as pautas desejadas pelo executivo federal. "Não é negociar exatamente, mas rivalizar. Fazer com que aprove os projetos de interesse do executivo, não com base em negociações, troca, acordos, mas com base em uma pressão que o executivo exerce no legislativo", acredita.

Pulando fora

Durante a manifestação na Barra, não foi identificado um número significativo de políticos de direita, ligados a outros partidos. O pesquisador acredita que há um receio de ter a imagem vinculada a um fenômeno ainda desconhecido.

"Acho que é um instinto de preservação institucional. Acho que é um resguardo. Mas tem também que dar uma olhada como se expressaram nas redes sociais", explicou. Como as manifestações tiveram uma adesão significativa, o pesquisador acredita que, em novos movimentos, é possível que outros políticos participem.

O Movimento Brasil Livre (MBL) se posicionou institucionalmente contra a manifestação. "O MBL começa a cair fora do barco em razão do diagnóstico que outros campos de líderes de opinião bolsonaristas fizeram. Não é coincidência que você tem o Lobão caindo fora", disse.

Desorganização

Camilo explica que os constantes conflitos expostos na mídia entre membros do PSL acontecem em decorrência da falta de coesão da sigla. "O PSL é uma espécie de puxadinho construído ali pra abrigar Bolsonaro, que foi um grande puxador de votos. [...] Não há uma coesão, uma vinculação com determinada agenda", afirma.

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