Política

Após nova acusação, aliados de Bolsonaro atuam para tirar Bivar do comando do PSL

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O dirigente da legenda apresentou à Câmara e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) notas ficais de empresas que negociam a venda desse tipo de documento  |   Bnews - Divulgação Agif/Folhapress

Publicado em 08/06/2019, às 18h14   Folhapress


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Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL) deram início a uma articulação para tirar o deputado Luciano Bivar (PE) do comando do PSL. Na manhã deste sábado (8), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) participou de uma reunião no Palácio da Alvorada com o presidente para discutir a situação do dirigente. Também estiveram no encontro os advogados Karina Kufa, que comanda a área jurídica do PSL, e Antonio Rueda, vice-presidente da sigla. 

O movimento de afastamento de Bivar ganhou força depois de o jornal Folha de S.Paulo ter mostrado que o dirigente da legenda apresentou à Câmara e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) notas ficais de empresas que negociam a venda desse tipo de documento. A avaliação é que situação do deputado afeta negativamente a imagem de Bolsonaro, que já sofre o desgaste de outras acusações envolvendo o partido, como a de candidaturas de laranjas.   

No encontro deste sábado no Alvorada, foram tratadas opções jurídicas para justificar o afastamento de Bivar. A ideia dos aliados de Bolsonaro é ampliar o controle da família do presidente sobre o PSL. 

Há a preocupação, no entanto, que a eventual saída de Bivar crie traumas com a bancada do partido no Congresso, já que não há unidade interna no repúdio à conduta de Bivar. Deputados e senadores ouvidos reservadamente pela Folha dizem que o deputado conta com o apoio de parlamentares, embora esse suporte não seja unanimidade. 

Após a notícia de que Bivar usou empresas que emitem notas frias para justificar gastos, a bancada do PSL se dividiu entre apoio e silêncio. No grupo de Whatsapp dos deputados, o presidente nacional da legenda deu sua versão da história e recebeu apoio de cerca de 15 a 20 correligionários. A bancada do PSL tem 54 deputados e quatro senadores. Muitos preferiram não se manifestar para não se comprometer antes da apuração dos fatos.

Líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), também foi ao Alvorada logo após a reunião dos advogados com Bolsonaro, neste sábado. Ao sair de lá, ele minimizou a nova crise no partido. "Imagino que parte do PSL pode estar angustiado em relação a isso, mas mantemos nossa confiança no presidente Bivar, que tem sido um grande deputado e tem ajudado o partido se desenvolver", disse o Vitor Hugo.

A bancada do partido tem reunião marcada para terça-feira (11). "Ele vai ter possibilidade de defesa e de provar sua inocência. O partido vai deliberar nos órgãos competentes para tomar a melhor decisão." 

Em fevereiro, a Folha de S.Paulo mostrou que o grupo político de Bivar lançou candidatas laranjas em Pernambuco que receberam mais de R$ 600 mil de dinheiro público do partido na eleição de 2018. O caso do presidente do PSL é similar ao também revelado pela Folha de S.Paulo em Minas Gerais, cujo diretório do partido era comandado à época pelo atual ministro de Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio. Os políticos negam irregularidade. As denúncias são investigadas pela Polícia Federal.

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