Política

Presidente do PT diz que interferência de Moro no MPF põe em risco a Justiça e pede exoneração do Ministro

Vagner Souza/BNews
Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 10/06/2019, às 09h24   Tamirys Machado


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O presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação afirmou que o vazamento das conversas entre o ex-juíz Sérgio Moro e o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, põe em risco à Justiça e mostra a “clara perseguição ao ex-presidente Lula”. 

“Aquilo que nós já afirmamos sobre se tratar de uma perseguição política, de um processo sem provas a cada vez mais vai ficando claro, se tratou de um acordo político que envolveu Moro e foi materializado no primeiro momento com a ida dele para o ministério [ da Justiça] e a indicação para o STF”. 

Anunciação disse ainda que foi “um golpe rasteiro, infelizmente fere a democracia e cria um desgaste ainda maior para as instituições. A postura de Moro não demonstra só seu caráter, mas fere instituições. Põe em risco a preservação da Justiça”, afirmou, nesta segunda (10), ao Bnews.
Indagado se a Operação Lava Jato seria prejudicada, ele defendeu a permanência da operação. 

“Não precisa jogar a água suja da bacia na criança, precisa jogar a parte que não presta fora. O processo de investigação contra corrupção tem que continuar, e todos serem investigados”, defendeu. Everaldo Anunciação também pediu a exoneração de Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.  “Se tivesse tratando de um governo sério ele já deveria ter sido exonerado. O que não está na ordem do dia do governo Bolsonaro é a ética”, alfinetou, completando ainda que Moro não vai renunciar e a exoneração só acontece se houver “pressão popular e postura firme do Congresso”, finalizou. 

Entenda o caso: 
O site The Intercept  divulgou neste domingo (9) trocas de mensagens entre o então juiz Sergio Moro e Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público Federal. Segundo o site, em conversas no aplicativos de mensagens, Moro sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal.

A Constituição de 1988 determina que não haja vínculos entre o juiz e as partes em um processo judicial. Para que haja isenção, o juiz e a parte acusadora --neste caso, o Ministério Público-- não devem trocar informações nem atuar fora de audiências. 

Através do Twitter, o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro afirmou que foi "Muito barulho por conta de publicação por site de supostas mensagens obtidas por meios criminosos de celulares de procuradores da Lava Jato. Leitura atenta revela que não tem nada ali apesar das matérias sensacionalistas" (SIC). Moro disse que o “conteúdo das mensagens que me citam, não se vislumbra qualquer anormalidade ou direcionamento da atuação enquanto magistrado, apesar de terem sido retiradas de contexto e do sensacionalismo das matérias, que ignoram o gigantesco esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.”

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