Política

Eduardo Bolsonaro ataca editor do The Intercept durante ato pró-Moro em Brasília

Dário Oliveira/Folhapress
O filho de Jair Bolsonaro disse que Glenn Greenwald é "burro" e "não goza de credibilidade nenhuma"   |   Bnews - Divulgação Dário Oliveira/Folhapress

Publicado em 30/06/2019, às 13h45   Redação BNews


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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) compareceu neste domingo (30) ao ato em favor do ministro da Justiça Sérgio Moro realizado em Brasília. Na ocasião, o filho do presidente Jair Bolsonaro atacou o jornalista e editor do site The Intercept Brasil Glenn Greenwald. O momento foi registrado pelo jornalista George Marques, que publicou um vídeo em seu perfil no Twitter no final desta manhã.

“Esse Glenn Greenwald, que está vazando essas informações, que não goza de credibilidade nenhuma. Todos nós estamos vendo que ele é tão burro que passa informação errada. Não consegue nem editar a merda que ele vai publicar”, disse de cima de um trio.

Pouco após a meia-noite do último sábado (29), Greenwald tweetou trecho dos diálogos que seriam mais tarde publicados pelo 'The Intercept'. Na publicação, ele atribuía falas ao procurador Angelo Goulart Villela. Posteriormente, Gleen deletou o tweet, e o site atribuiu a conversa a outro procurador, Ângelo Augusto Costa. O jornalista assumiu o erro de edição.

A oitava parte da série publicada pelo site revela que procuradores do Ministério Público Federal (MPF) avaliavam que algumas das atitudes de Moro durante a Lava Jato representavam violações éticas ao sistema acusatório, e que o ingresso do magistrado no governo Bolsonaro poderia legitimar críticas quanto a parcialidade da operação.

O Filho do presidente também acusou o ex-deputado federal Jean Wyllys de ter recebido 700 mil dólares para renunciar de seu mandato como deputado federal. Seu suplente David Miranda - marido de Greenwald - assumiu o lugar de Willys no congresso. Eduardo, inclusive, salientou a união de Miranda e do jornalista vencedor do Pulitzer - principal prêmio do jornalismo internacional.

"Quero ver a imprensa pressionar o Jean Wyllys, perguntando sobre essa suspeita de receber US$ 700 mil para sair do Brasil. Quem, em sã consciência, recebendo salário de deputado, sai daqui de mãos abanando. Saiu por alguma coisa”, acusou. Willys passou os últimos dias de legislatura escoltado 24h pela polícia após a intensificação de ameaças de morte e à sua integridade física.

Através do seu perfil no Twitter, Greenwald, compartilhou o vídeo do filho do presidente o insultando, e perguntou se Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro e amigo pessoal do presidente, estava presente ao evento.

Ex-militar, Queiroz é apontado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como o responsável por “movimentações atípicas” na ordem de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, quando atuava como motorista e assessor de Flávio.

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