Política
Publicado em 05/07/2019, às 16h38 Pedro Vilas Boas e Eliezer Santos
Os termos colocados pelo governo federal para justificar a tramitação acelerada à reforma da Previdência no Congresso Nacional não correspondem à realidade, aponta o deputado federal Zé Neto (PT-BA).
“Eles estão vendendo uma situação de Previdência para o país e para o mundo que não retrata a realidade, tanto para os estados como para a população. Os estados deveriam estar inclusos, deveria ser um grande pacotão para a gente discutir primeiro a situação tributária fiscal e depois discutir previdência. Inverteram a ordem”.
Segundo ele, a ausência dos estados e municípios no texto-base aprovado nesta quinta-feira (4) na comissão especial na Câmara é um dos aspetos mais sensíveis.
“Na Previdência, acabaram excluindo estados, o que para é mais complicado ainda do ponto de vista estratégico das dificuldades financeiras que passam os estados brasileiros e acho que o que vamos ter na frente é a conturbação de dificuldades que podem realmente levar o Brasil a um processo recessivo bem profundo”.
Pelo texto do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), a reforma deve gerar economia perto de R$ 1 trilhão nos próximos dez anos.
“Dizer que vai tirar da economia por ano cem bilhões, sendo que 82% desse cem bilhões vem de quem ganha até 1.5 salário mínimo do regime geral e dos abonos, dinheiro que é injeção na veia da economia, que ajuda a economia a rodar, e achar que isso vai ser importante para melhorar a geração de emprego e renda no país, eu estou achando isso muito difícil”, contestou Zé Neto.
“A situação dos estados é até mais grave, do ponto de vista financeiro, do que a do governo federal. Na Bahia, a gente ainda está conseguindo segurar, mas tem estado grande como o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, que já estão quebrados. E tem nove estados com situação difícil, que este ano não vão conseguir cobrir os custos com previdência”, encerrou.
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