Política

Operação "E o Vento Levou": Prefeito diz que ex-candidato a vice-prefeito é alvo da Polícia Federal

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Casa do médico João Leitão Meireles, ex-candidato em Milagres, foi alvo de busca e apreensão   |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Gazeta do Povo

Publicado em 25/07/2019, às 12h23   Redação BNews


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Ex-candidato a vice-prefeito de Milagres nas eleições de 2016, o médico José Leitão Meireles é um dos alvos da segunda fase da Operação "E o Vento Levou", deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (25). 

A informação é do prefeito da cidade, César de Adério (PP). De acordo com ele, a casa e o escritório do médico, ex-diretor do Hospital Municipal de Milagres, foram alvos de busca e apreensão. Ainda segundo o gestor, os agentes já deixaram o município.

Vice-candidato a prefeito na última eleição, Meireles perdeu a eleição para a chapa de César. Apesar de não ser mais médico na cidade, ele tem família e filhos no município e também na capital baiana. O médico aparece como sócio da empresa JLM Consultoria e Serviços Médicos Especializados, cujo endereço fica no Centro de Milagres. "A empresa que ele tinha aqui era fantasma", afirma o prefeito. Na JLM, José Meireles tem como sócio o filho Jean Carlo Silva Leitão Meireles. Não se sabe, no entanto, se a empresa foi alvo da operação desta quinta.  

Junto à Receita Federal, a JLM Consultoria aparece como inapta por omissão de declarações. A reportagem recebeu a informação de que Meireles estava de plantão na Maternidade Dultra Soares, na cidade de Itatim, quando a operação da PF ocorreu.

A reportagem entrou em contato com um número disponível da maternidade na internet, mas não obteve êxito. A reportagem também tentou falar por telefone com a esposa de Meireles, de prenome Carla, para saber se ela poderia intermediar contato com o marido, mas não conseguiu. Até a publicação da matéria, a reportagem não obteve o contato direto dele. 

Operação
A nova etapa da ação investiga pessoas e empresas de Minas e da Bahia que teriam sido destinatárias finais de recursos desviados da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A operação é conjunta entre a Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público Federal.

A primeira fase da operação apurou que o desvio foi feito pelo aporte de R$ 850 milhões na empresa Renova Energia SA, com posterior repasse de parte deste recurso por meio do superfaturamento de um contrato com a empresa Casa dos Ventos e escoamento dos valores através de sua transferência a várias empresas. Em seguida, o dinheiro foi convertido em espécie e distribuído a diversas pessoas.

Foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo sete mandados de busca e apreensão para os endereços das pessoas e empresas envolvidas com os fatos investigados, nas cidades de São Bernardo do Campo (SP), Salvador (BA), Lauro de Freitas (BA), Milagres (BA) e Nova Lima (MG). De acordo com a PF, a nova etapa investiga pessoas e empresas de Minas e da Bahia que teriam sido destinatárias finais dos recursos fraudulentos. A identificação dos alvos não foi informada. A operação é conjunta entre a Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público Federal.

Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa (art. 288 do Penal), peculato (art. 312 do Código Penal), lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/98) e falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) cujas penas, somadas, poderão resultar em 9 a 38 anos de prisão.

Classificação Indicativa: Livre

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