Política

Ambev fez "pagamentos indevidos" para Lula e Dilma, diz Palocci em delação premiada

Antônio Cruz/ Agência Brasil
Informação aparece em despacho do ministro do Supremo, Edson Fachin, sobre a colaboração  |   Bnews - Divulgação Antônio Cruz/ Agência Brasil

Publicado em 08/08/2019, às 13h34   Redação BNews


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O ex-ministro Antonio Palocci relatou em seu acordo de delação premiada à Polícia Federal que a Ambev fez “pagamentos indevidos” aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e a ele próprio.

Esta é a primeira vez que a multinacional de bebidas aparece nas investigações da Operação Lava Jato. Segundo o blog do jornalista Fausto Macedo, do Estadão, que teve acesso a um despacho sigiloso do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que cita os pagamentos, o interesse da empresa era impedir o aumento do PIS/Cofins sobre bebidas alcoólicas.  

O despacho não traz menção a datas ou valores supostamente pagos pela Ambev. Os detalhes da delação de Palocci estão em outros anexos, que estão sob sigilo. Fachin determinou a remessa de 11 desses documentos à Justiça Federal de São Paulo. As acusações do ex-ministro, incluindo as que se referem à Ambev, estão sob análise da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo.

A Procuradoria da República de São Paulo solicitou que os casos denunciados por Palocci fiquem todos na 6.ª Vara Federal Criminal, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro

O acordo de colaboração premiada de Palocci foi homologado por Fachin em outubro do ano passado.

Ao Estadão, a Ambev disse que as alegações relatadas são “falsas e incoerentes.” “Falsas porque nunca fizemos pagamentos de qualquer natureza para obtenção de vantagens indevidas. E incoerentes porque, desde 2015, o setor de bebidas sofreu um grande aumento da carga tributária referente a PIS/Cofins, da ordem de 60%, contradizendo tudo o que foi alegado.”

O PT informou, por meio de nota, que Palocci “fez um negócio milionário com a Lava Jato para sair da cadeia com muito dinheiro em troca de mentiras”. 

A assessoria de Lula disse que Palocci “é apenas um instrumento da Lava Jato para atacar (o ex-presidente) com mentiras e narrativas que não podem ser confirmadas por testemunhas ou por documentos”.

A assessoria de Dilma informou que aguardaria a publicação da reportagem para, eventualmente, se manifestar sobre o assunto.

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