Política

"Extrapolou funções como juiz e ministro", diz líder do PCdoB sobre Moro, após denúncia na Comissão de Ética

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Segundo o documento apresentado pela bancada, a conduta do atual ministro da Justiça configura uma afronta aos princípios que regem a Administração Pública brasileira  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 08/08/2019, às 15h48   Pedro Vilas Boas


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Na avaliação do líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, extrapolou suas funções tanto como juiz, quanto como ministro. "[...] Grande parte do Congresso, e acho também do Poder Judiciário, considera que Moro extrapolou suas funções", disse ao BNews, após protocolar denúncia sugerindo afastamento de Moro, na Comissão de Ética Pública da Presidência.

A bancada do PCdoB na Câmara alega conflito de interesse na conduta do ministro ao supostamente ter dado ao presidente Jair Bolsonaro acesso privilegiado a dados do inquérito sobre candidaturas-laranja envolvendo o partido dele, o PSL. Para os deputados, a atitude de Moro gera dúvidas éticas e legais, já que a investigação corre sob segredo de justiça. Eles também citam envolvimento de Moro no imbróglio envolvendo a prisão dos supostos hackers de celulares de autoridades públicas.

"Acho que no caso do Moro, todas as indicações são de que ele deveria se afastar. Ele tem envolvimento direto com a investigação", afirmou o parlamentar.

Daniel Almeida também disse que a posição da Comissão pode influenciar a recomendação de atitudes de outras instâncias. "Pode recomendar que o Ministério Público, outras instâncias do poder público, adotem providências. É isso que nós esperamos que ela faça", explicou.

Segundo o documento apresentado pela bancada, a conduta do atual ministro da Justiça configura uma afronta aos princípios que regem a Administração Pública brasileira, especialmente a moralidade, a impessoalidade e a legalidade. “Mais do que isso, é preciso apurar com denodo se, ao assim proceder, violando o sigilo das informações dos inquéritos penais em questão, teria o ministro cometido crimes e outros ilícitos de natureza ético-administrativa”, aponta o texto.

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