“Ele deveria se preocupar com o metrô da Paralela, que até agora não tem recursos e nem prazo para conclusão” |
Publicado em 24/11/2011, às 07h51 Daniel Pinto
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No início da semana, o governador Jaques Wagner cobrou celeridade da prefeitura e da Câmara Municipal de Salvador na elaboração e aprovação do chamado Plano Diretor da Copa do Mundo. A “cutucada” provocou insatisfações de todos os lados, especialmente porque ele insinuou que os dois poderes podem ser responsabilizados pela exclusão da capital do mundial de futebol da FIFA. O líder da situação no Legislativo, Téo Senna (PTC), estranhou o comportamento do governador. “Causa espanto porque até então ninguém havia se manifestado sobre o assunto, nem no núcleo do estado nem a bancada do PT na Câmara. Por que tanta pressa agora?”.
De acordo com o vereador, a obra da Fonte Nova independe do Plano Diretor em questão. “Essa matéria trata especificamente das intervenções no entorno da praça esportiva. É justamente aquela compensação financeira para as empreiteiras, como já havia sido noticiado pelo próprio Bocão News. A construção do estádio em si não depende deste projeto. Essa cobrança é apenas para garantir a viabilidade econômica das empresas, que será feita com a construção do hotel e do shopping”.
O líder do governo vai além e diz que Jaques Wagner deveria voltar às atenções para uma “obra que, de fato, é vital para a Copa do Mundo de 2014”. “Ele deveria se preocupar era com o metrô da Avenida Paralela, que até agora não tem recursos reservado e nem prazo para conclusão”, desabafou.
Dilma, metrô e o Conselho das Cidades - O vereador Gilmar Santiago (PT) saiu em defesa do chefe do estado, mas destacou que a cobrança maior recai sob o Palácio Thomé de Souza. “O governador tem responsabilidades de gestor e está atento aos prazos legais. No caso específico, as declarações foram dirigidas à prefeitura, que ainda não enviou o projeto à Câmara”.
Apesar da constatação, Gilmar Santiago reafirma que a instalação do Conselho das Cidades é peça fundamental para execução de qualquer mudança no Plano Diretor e na Lei Orgânica do Município. “Sem essa ferramenta, alterações desta natureza ficam com insegurança jurídica. Se bem que o prefeito João Henrique já mudou o FUNDURB sem autorização do Conselho, o que gerou até uma representação no Ministério Público (MP-BA)”.
Em seguida, o petista rebateu a acusação de Téo Senna sobre a falta de verba para o metrô da Paralela. “O governador está preocupado sim, tanto que trouxe a presidente Dilma e ela anunciou os recursos para mobilidade urbana”.
À margem da lei - Mesmo com a cobrança pública do chefe do Executivo estadual, o vereador Henrique Carballal (PT) defende que a apreciação do PDDU não aconteça em regime de urgência. “O governador Jaques Wagner pediu celeridade, mas em nenhum momento falou que devemos passar por cima da lei. É preciso destacar que a tramitação do Plano Diretor é diferenciada. Temos que lembrar que, entre outros critérios, são necessárias (pelo menos) cinco audiências públicas”.
Em conversa com a reportagem do Bocão News, ele também criticou a falta de agilidade da administração municipal. “Já existe um entendimento entre técnicos do estado e do município sobre a sustentabilidade do projeto Fonte Nova. O objetivo é que a arena não se torne um elefante branco, como aconteceu na África do Sul. Entretanto, é preciso que a prefeitura envie o projeto. Sinceramente, não sei porque isso ainda não aconteceu”.
O grande problema é que na Ordem do Dia do Legislativo estão quatro vetos e três projetos da prefeitura, além da previsão de chegada do orçamento para 2012, que precisa ser votado antes do recesso de fim de ano. Nesses termos, os vereadores terão que “arregaçar as mangas” e estender o turno de trabalho. Caso contrário, a votação do PDDU pode ficar para o ano que vem. “Acho que dá sim. Bastar ter vontade política e fazer um esforço concentrado. Assim, podemos até compensar os dias em que não houve sessão”, alfinetou Gilmar Santiago.
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