Política

Novo PGR terá de enfrentar de mensagens da Lava Jato a inquérito das fake news no STF

Pedro Ladeira/Folhapress
Um deles é o inquérito das fake news instaurado em março por Dias Toffoli, presidente do Supremo  |   Bnews - Divulgação Pedro Ladeira/Folhapress

Publicado em 05/09/2019, às 17h58   Folhapress


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Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (5) e ainda sujeito a aprovação do Senado, Augusto Aras ficará no cargo de novo procurador-geral da República até setembro de 2021 e deve enfrentar uma série de desafios no STF (Supremo Tribunal Federal), tribunal no qual atuará.

Um deles é o inquérito das fake news instaurado em março por Dias Toffoli, presidente do Supremo. O objeto da investigação não é totalmente conhecido -pois o caso está em sigilo e nem a PGR teve acesso- e há a possibilidade de que venha a atingir membros do MPF (Ministério Público Federal).

As mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept Brasil e outros veículos também devem elevar a pressão sobre o novo PGR. Ministros do Supremo já cobram, aberta ou reservadamente, providências da chefia da instituição sobre os procuradores de Curitiba, especialmente Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato.

Outras questões polêmicas devem ser apreciadas nos próximos meses no Supremo, como o fundo bilionário que a Lava Jato queria criar -hoje suspenso por Alexandre de Moraes- e a rescisão do acordo de delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS.

A atuação no STF costuma testar a aproximação entre a PGR e o Planalto. Decretos e projetos de lei de interesse do governo vão com frequência para o tribunal, o que deve acontecer, por exemplo, com eventuais normas que flexibilizem porte e posse de armas, promessa de campanha de Bolsonaro.

Direitos fundamentais e as questões ambiental e indígena estão na pauta de julgamentos da corte na segunda metade deste semestre, quando o novo procurador-geral já tiver assumido. A postura do chefe do MPF nesses casos poderá indicar se ele vai evitar ou não conflitos com o governo.

A investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente da República, será outro teste. O Supremo deve discutir em novembro a decisão de Toffoli que suspendeu, temporariamente, o inquérito sobre Flávio no MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).

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