Política

Projeto de Lei do Meio Ambiente divide opiniões na Bahia

Imagem Projeto de Lei do Meio Ambiente divide opiniões na Bahia
Secretário defende mudanças, mas não convence deputados da oposição   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 01/12/2011, às 16h31   Luiz Fernando Lima



O secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, tentou, na última quarta-feira (30), justificar as mudanças propostas no projeto de lei 19.552, que altera três dispositivos legais, na política do seguimento na Bahia.

Spengler foi ouvido pelos deputados que compõem a comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa. O secretário defendeu as modificações previstas para o licenciamento ambiental de empreendimentos, além da inclusão de novos equipamentos e possibilidades de convênios com outros órgãos do estado e o aperfeiçoamento do monitoramento ambiental para que as informações geradas contribuam de forma eficaz para a melhoria da gestão ambiental.

“Precisamos reformular o sistema florestal e atualizá-lo”, argumenta o secretário. No entanto, os deputados de oposição não saíram convencidos de que as alterações propostas sejam as mais adequadas para atender os interesses do estado. Para Paulo Azi (DEM), o projeto vai no sentido contrário das expectativas mundiais de fortalecer a regulamentação das licenças ambientais.

Em um ponto ninguém diverge: a legislação baiana é obsoleta e vem dificultando a instalação de equipamentos públicos e indústrias no estado. De acordo com o líder da bancada governista, Zé Neto (PT), atualmente são quase 14 mil processos de licenciamento parados pela dificuldade do sistema atual. “Se não mudarmos, estaremos atrasando o processo de construção de uma evolução”, argumentou o petista ao Diário Oficial.

Por outro lado, ambientalistas e oposição argumentam que não se pode simplesmente derrubar todas as leis em nome de um desenvolvimento irresponsável. O projeto cria duas novas modalidades de licenciamento ambiental: a que regulariza atividades ou empreendimentos mediante a recuperação ambiental de seu passivo, e a Licença Ambiental  por  Adesão e Compromisso (LAC) concedida eletronicamente ou para determinadas atividades ou empreendimentos.

A preocupação maior é que a proposta autoriza “automaticamente” uma série de intervenções. Coloca no colo dos empresários a responsabilidade pelo descumprimento das lei. No entanto, a pergunta que fica, segundo um parlamentar ouvido pelo Bocão News é: depois de identificado um desvio de finalidade ou um desmatamento não previsto existe alguma forma de recuperar o que foi perdido? “As multas e outras punições não serão suficientes para sanar os eventuais prejuízos ambientais.”

Diante do impasse, a comissão de Meio Ambiente agendou para a próxima segunda-feira (5) uma audiência pública que vai debater o assunto com a sociedade. O projeto deve ser votado na próxima semana. Na última terça-feira (29), os parlamentares aprovaram o pedido de urgência.

Com informações do Diário Oficial

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