Empresa que faz monitoramento das redes sociais da Presidência recebe por ano R$ 32 milhões

O governo federal realiza o monitoramento de conteúdos online ligados à presidência da República em períodos diário e semanal, por meio da empresa Agência Click Mídia Interativa S/A (Isobar), contratada para efetuar o serviço de buscas nas propriedades digitais da Secom, em veículos da imprensa e redes sociais.

Em pedido feito à Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Seccom) por meio de lei de acesso à informação, o órgão afirmou que o monitoramento feito pela Isobar acontece para medir “repercussão, reputação, evolução de sentimento, principais influenciadores e demais informações”, que são utilizadas como estratégias para a tomada de decisões da presidência.

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Além disso, segundo a Secom, ficam sob alerta as “situações que indiquem possíveis repercussões com alto volume de menções, especialmente aquelas que podem gerar crise”. O órgão destacou que, desde o início do ano, foram gerados três relatórios para medir o ‘clima’ online em relação ao governo federal.

“Trata-se de dados não estruturados, de consumo interno e que servem para auxiliar a preparação de conteúdos destinados aos canais digitais gerenciados pela Secom (...) No momento não é possível o envio de cópias dos relatórios, pois ainda são documentos preparatórios de acesso restrito que embasam a tomada de decisão”. Foi sob este argumento que a Secom negou a publicidade dos relatórios.

De acordo com dados do Portal da Transparência, são pagos R$ 32 milhões por ano às empresas Isobar e TV1, que cuidam dos serviços de comunicação do governo. No entanto, conforme informação da Receita Federal, a TV1 foi fechada em dezembro do ano passado, o que leva a entender que apenas a Isobar é beneficiária dos contratos firmados com o governo.

O contrato foi renovado em março deste ano, com valor previsto de 25% a menos do que era pago às empresas em 2018 - R$ 44 milhões. O capital social da Isobar soma R$ 270 milhões de reais, segundo dados da Receita Federal.