Política

Temendo protestos, governantes tentam acalmar funcionalismo e pedem monitoramento de atos

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São vários os sinais de cuidado  |   Bnews - Divulgação Arquivo / BNews

Publicado em 19/11/2019, às 06h22   Daniela Lima; Painel, Folha


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O temor de que um gatilho dispare ondas de protestos pelo país entrou na agenda dos governantes. São vários os sinais de cuidado: estados do Nordeste trabalham para garantir o 13º do funcionalismo em meio ao aperto fiscal para evitar mobilizações. Em outra frente, a equipe econômica é pressionada a suavizar a reforma administrativa. Em SP, as cúpulas das polícias Civil e Militar foram orientadas a monitorar convocações de atos, de direita e de esquerda, especialmente na capital.

O risco de um curto-circuito social voltou a ser tema de conversas nos gabinetes de governadores e prefeitos de partidos de centro, especialmente após a saída do ex-presidente Lula da carceragem da PF. Como a direita segue organizando manifestações –e agora a esquerda foi exortada a sair às ruas– há temor de conflitos.

Governadores mais alinhados à esquerda, porém, não veem o componente político como o maior fio desencapado do país hoje. Eles dizem que é a perspectiva de uma recuperação muito lenta da economia, aliada à degradação das contas públicas, o que mais ameaça deflagrar insatisfações sociais.

Prefeitos e governadores discutem, ainda sob reserva, não reajustar tarifas de transporte público, por exemplo, para evitar nova edição das chamadas “jornadas de junho”, que detonaram protestos em todo o país em 2013. O estopim foi o aumento de R$ 0,20 no preço da passagem de ônibus em SP.

Governadores ouvidos pelo Painel temem que uma conflagração nas ruas seja usada pelo governo Jair Bolsonaro como cortina de fumaça para implementar medidas autoritárias.

Em grupos de simpatizantes de militares da reserva, a tese de que seria necessário responder com força a um levante nos moldes do que se desenrola no Chile é debatida com frequência e naturalidade.

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