Discurso de Mandetta sobre o coronavírus não tem agradado Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro não está muito satisfeito com o discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Bolsonaro quer que ele passe a adotar um discurso mais afinado ao do Palácio do Planalto no combate à pandemia do coronavírus.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o presidente tem defendido a deputados bolsonaristas que o auxiliar presidencial, que se tornou o porta-voz do governo na atual crise, incorpore em sua retórica pública a defesa para que a atividade econômica não seja paralisada e o apoio ao direito do cidadão de participar de protestos.

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Para Bolsonaro, o tom adotado pelo Ministério da Saúde tem gerado histeria e que, neste momento, o papel do poder público deveria o ser de acalmar a população, não o de estimular o pânico.

Fala lembrar que o discurso adotado pelo ministro é mais técnico e segue os protocolos internacionais de saúde pública, indicando por exemplo, que as pessoas não participem de aglomerações e adotem medidas de precaução, além de ficarem em isolamento se tiverem sintomas, o que acabou fazendo um contraponto a Bolsonaro, que incomodou o presidente e tem servido de munição para adversários do governo.

Ainda de acordo com a repostagem da Folha, o presidente também se irritou, de acordo com auxiliares próximos, com o fato de Mandetta não tê-lo defendido, em entrevistas à imprensa, por ter participado de manifestação a favor do governo em Brasília.

Após o incômodo, Mandetta adotou nesta terça-feira (17) um discurso mais próximo ao do presidente. Ao comentar a previsão de que o Brasil terá aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus até junho, o ministro disse que medidas de restrição poderiam ser utilizadas nesse período.