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Novas denúncias na pasta da Saúde

Imagem Novas denúncias na pasta da Saúde
Secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, se mantém alheio às denúncias de corrupção   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/12/2011, às 21h39   Redação Bocão News


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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desembarcou em Salvador na última quarta-feira alheio às denúncias de corrupção e malversação de recursos públicos envolvendo o secretário estadual da pasta, o petista Jorge Solla. Padilha, também do PT, lançou, com Solla, o programa SOS Emergências, anunciando investimentos de mais de R$ 3 milhões no Hospital Roberto Santos.

Durante o evento, o ministro evitou comentar o relatório do conselheiro Pedro Lino, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) da Bahia, que atribui à gestão do secretário estadual a má aplicação dos recursos públicos em 11 hospitais baianos, e também o contrato entre a pasta e a empresa Sete Central de Esterilização, interditada devido a graves irregularidades.

“O ministro só vai falar sobre o lançamento do SOS Emergências”, informou a assessoria de imprensa de Padilha. A Sete, que trabalha esterilizando materiais hospitalares na Bahia desde 2009, foi interditada na última semana em uma operação conjunta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Federal (PF).

Mesmo sabendo das irregularidades, como a falta de controle da qualidade da água utilizada no trabalho e ausência de data de validade de esterilizações, a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), ligada à Sesab, manteve o contrato. O governo do Estado, seguindo postura-padrão para esse tipo de ocorrência, não se manifestou sobre o assunto.

Omissão pública arrisca vidas

Em 2009, a Divisa detectou irregularidades nos serviços da Sete, o que gerou uma multa de R$ 20 mil. Em 2010, nova inspeção apontou falhas graves de higiene. Nova multa: R$ 50 mil.

Em julho de 2011, a Sete foi novamente multada, agora em R$ 70 mil, por duas infrações de normas sanitárias, causando a interdição em 7/12 pela Polícia Federal e a Anvisa. Segundo a assessoria da Divisa, a Sete deve contratar uma empresa para auditar e corrigir os problemas e, então, passar a funcionar nos padrões da Vigilância Sanitária.

Governador defende Solla

A Sete Central de Esterilização presta serviços de higienização de materiais cirúrgicos, realização de curativos e nebulização para hospitais públicos e privados. Entre as unidades públicas de saúde estão os hospitais Roberto Santos, Couto Maia e do Subúrbio, em Salvador, Clériston Andrade e Hospital da Criança, em Feira de Santana, e Dantas Bião, em Alagoinhas.

Alguns deles aparecem na enorme lista de irregularidades detectadas pelo setor de auditorias do TCE e cujas denúncias foram alvos de reportagem Jornal da Metrópole em 11/11, diante do silêncio sepulcral das autoridades, inclusive do governador Jaques Wagner, que preferiu sair em defesa de Jorge Solla e criticar a imprensa, dizendo que não seria pautado por ela.


Deixe que eu deixo

Durante a visita do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, mais uma vez só falou com a imprensa sobre os assuntos que a ele interessavam. Imponente, esquivou-se das perguntas sobre denúncias da auditoria do TCE e do contrato com a Sete, na fé de que jamais o governador Jaques Wagner vai lhe tirar o emprego.

Nesse último caso, até passou a bola para a superintendente da Vigilância e Proteção à Saúde, Alcina Andrade, que diz que “não responde pelo contrato” com a empresa e que tem sob sua responsabilidade apenas “o órgão de fiscalização, que é uma das diretorias da superintendência”. Apesar disso, saiu em defesa da empresa, afirmando que nem todas as irregularidades exigem rompimento de contrato. Então tá.

Fonte: Jornal da Metrópole

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