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Dayane Pimentel é atacada por Carlos Bolsonaro e Bia Kicis: "Perdeu o senso do ridículo"

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Deputada baiana diz que foi usada por Bolsonaro durante campanha  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 22/04/2020, às 15h57   Henrique Brinco


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A deputada federal Dayane Pimentel (PSL-BA) foi atacada pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF). O filho de Jair Bolsonaro partiu para cima da parlamentar baiana após uma postagem dela contra o presidente, no Twitter.

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Tudo começou no dia 19 de abril, quando Dayane acusou Bolsonaro de "autoritarismo" após a participação dele em um ato a favor da volta do AI-5, decreto feito em 1968 que inaugurou o período mais sombrio da Ditadura Militar. "Não tenho ditador de estimação", escreve, na ocasião. Um internauta, então, relembrou a dobradinha dela com o presidente na campanha de 2018.

Dayane só respondeu a mensagem na manhã desta quarta-feira (22) e se disse usada pelo líder do Palácio do Planalto. "Ele [Bolsonaro] me procurou, ele me convidou, ele se aproveitou de minha imagem: LIMPA. Enquanto a dele bombava de defeitos", acusou. A resposta logo repercutiu entre aliados do presidente.

Carlos, então, ironizou: "O desconhecido e irrelevante Jair Bolsonaro usou imagem dessa grandiosíssima para se promover. Sensacional! Meu Deus! [...] Inclusive na campanha não era ela que usava o termo 'Federal do Bolsonaro', era Bolsonaro que usava 'O Presidente da Pimentel'". O vereador também resgatou um banner da campanha eleitoral em que Dayane aparece ao lado de Bolsonaro.

Dayane, por sua vez, rebateu o edil carioca: "Quando seu pai publicava os meus vídeos na página dele como a professora que o apoiava vocês não diziam isso. Mas, grande mesmo é a vontade de vocês em diminuir quem não se submete aos caprichos da família imperial. É só para finalizar: minha ficha é limpa. Nunca fui fantasma de ninguém".

A parlamentar baiana exibiu um vídeo no qual o ainda candidato falava, em entrevista à RedeTV, que tinha pessoas no Nordeste que apoiavam. "Tem pessoas maravilhosas que me ajudam no Nordeste, como o Julian Lemos, na Paraíba, o Heitor Freire, no Ceará, a Professora Dayane Pimentel, na Bahia. Lideranças que nasceram do nada e, com verdade, vêm fazendo nosso nome, juntos, em mídias sociais", disse o então presidenciável, no vídeo citado.

"O deputado Jair Bolsonaro me definiu como sua liderança na Bahia, na época em que ele tinha somente 2% das intenções de voto", disse a Professora Dayane Pimentel. Ela continuou: "Apoiei o então pré-candidato quando ele tinha somente 2% das intenções de voto e rompi quando ele já estava no auge do poder, pois não poderia concordar com a prática que não era igual ao discurso de que não haveria loteamento de cargos em troca de apoio".

A parlamentar baiana ainda disse não é investigada por acomodar fantasmas no gabinete. "Sou pequena, sim. Talvez se eu abrisse meu gabinete para funcionários fantasmas eu estivesse maior. [...] Sua preocupação deveria ser o loteamento que seu pai está fazendo com os cargos públicos. Não gosta do centrão, né?". Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tem conversado com nomes como Roberto Jefferson (PTB) e Waldemar Costa Neto, ambos condenados pela participação no mensalão do PT.

Momentos depois, Bia Kicis também se manifestou contra Dayane. "Meu Deus! Perdeu o senso do ridículo. Filhote de Joice e Frota. [...] E pensar que eu já gostei dessa merdinha!", postou.

EX-BOLSONARISTA - Dayane Pimenteu rompeu com Bolsonaro em outubro de 2019 após aparecer em um grampo durante uma reunião de deputados do PSL. Foi nessa reunião que o deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO) afirmou que implodiria o governo. Durante a conversa, a deputada comentou sobre uma lista de assinaturas para colocar o deputado Eduardo Bolsonaro na liderança do PSL na Câmara Federal.  Ela não concordou em que o presidente da República pressionasse o Partido a escolher o filho dele como líder. Havia um acordo feito no início da legislatura, endossado pelo próprio Eduardo, para que Waldir fosse substituído somente no final do ano, quando terminaria o mandato dele como líder do PSL na Câmara.

Na época, Dayane fez parte da tropa que defendeu a permanência de Luciano Bivar (PSL-PE) no comando nacional do partido. "O presidente diz: 'Assina, senão é meu inimigo'. Quem é que não ia assinar? Por isso que eu não fui", disse a parlamentar, no áudio vazado na imprensa. O marido dela, Alberto Pimentel (PSL), também deixou de apoiar o clã Bolsonaro.

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