Política

“Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na Polícia Federal”, reitera Bolsonaro

Antonio Cruz/ Ag. Brasil
Moro deixou o Ministério da Justiça em pronunciamento no qual disse que o presidente tentou interferir politicamente na liderança da PF  |   Bnews - Divulgação Antonio Cruz/ Ag. Brasil

Publicado em 26/04/2020, às 12h35   Redação BNews


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O presidente Jair Bolsonaro usou seu perfil no Twitter neste domingo (26) para voltar a acusar seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de ter mentido sobre  interferências do Executivo na Polícia Federal (PF).   

“Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na Polícia Federal. Nenhum superintendente foi trocado por mim. Todos foram indicados pelo próprio ministro ou diretor geral", escreveu no final desta manhã. 

Moro deixou o Ministério da Justiça em pronunciamento no qual disse que Bolsonaro tentou interferir politicamente na liderança da PF para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.

Na mesma publicação, Bolsonaro compartilhou um vídeo da presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado de São Paulo (SINDPOLF-SP), Susanna do Val Moore, refutando a denúncia apresentada pelo ex-ministro. 

"Temos observado que nos últimos 20 anos a Polícia Federal tem exercido protagonismo no combate a corrupção, e suas atribuições de forma independente. Isso decorre da própria estrutura do órgão e, principalmente, da qualidade de seus agentes", diz no vídeo.

Divergentes

Na última sexta-feira (24), a instituição que Val Moore preside já havia emitido uma nota argumentando que, apesar de a Presidência da República ter a prerrogativa constitucional de exonerar e nomear o ministro da Justiça e o Diretor Geral da Polícia Federal, o órgão possui autonomia investigativa e técnico-científica, asseguradas em lei.

"O SINDPOLF/SP discorda da posição de outras entidades representativas de policiais que alegam falta de autonomia na PF, tentando aproveitar-se do clamor público contra a corrupção, para obter apoio para aprovação de oportunista PEC que promete uma “pseudo autonomia” para a PF – que nada mais é que um projeto corporativista para garantir privilégios à parcela de ocupantes de apenas um cargo na PF, que conta com a rejeição da maioria dos policiais federais", afirma a nota.

O texto se refere à Proposta de Emenda à Constituição 412, que tramita há dez ano no Congresso. O texto propõe que uma lei complementar organize a PF, prescrevendo normas para a sua autonomia funcional e administrativa. Com isso, a instituição teria poderes para elaborar seu próprio orçamento - dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

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