Após discutir com governador no WhatsApp, comandante dos bombeiros de Sergipe entrega cargo

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBM-SE), Gilfran Marcelio Copete Santos Mateus, entregou o cargo nesta quarta-feira (13). A informação foi confirmada ao AjuNews pelo próprio militar. A exoneração a pedido deve ser publicada nesta quinta-feira (14) no Diário Oficial do Estado. Ao site, ele não quis detalhar o motivo.

Em ofício enviado ao governador Belivaldo Chagas (PSD), obtido pela reportagem, Gilfran afirmou “conforme conversamos por meio do aplicativo WhatsApp e seguindo sugestão de Vossa Excelência, entrego o cargo”. O militar ainda acrescentou: “certo de que a corporação precisa de um comandante que tenha o apoio necessário para seguir em frente, reitero os protestos de estima consideração”.

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Segundo apurado pela reportagem, o chefe do Executivo Estadual havia determinado a transferência de três oficiais da corporação para Defesa Civil do Estado. Durante conversa no aplicativo, o militar discordou da transferência. E, na ocasião, o governador teria dito para que entregasse o cargo caso estivesse insatisfeito.

Em agosto do ano passado, o número do efetivo da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e a estrutura das unidades das corporações em Sergipe foram discutidos em audiência no Ministério Público Estadual (MP-SE).

Na época, a Associação dos Militares de Sergipe (Amese) apontou o baixo efetivo de militares e o envelhecimento da frota, além dos quartéis das corporações considerados precários e insalubres, indicando que algumas instalações estariam com risco de desabamento conforme relatórios de órgãos de fiscalização.

Segundo a associação, o déficit é de mais de 40% no Corpo dos Bombeiros que, no ano passado, contava com 511 integrantes.

Outro lado
Em nota, o “Governo de Sergipe informou que o governador Belivaldo Chagas autorizou a cessão de dois oficiais do Corpo de Bombeiros para reforçar as ações na Defesa Civil do Estado e o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Matheus, não concordou e pediu demissão do comando. O governo aceitou”.